Lançada em 2015, a Shopee é a principal plataforma de comércio eletrônico no Sudeste Asiático e em Taiwan, sendo destaque também no Brasil, proporcionando aos clientes uma experiência de compra online fácil, segura e rápida por meio de um forte suporte de pagamento e atendimento.
No entanto, oferecendo uma nova metodologia de compras online, de forma acessível, fácil e agradável, a expansão da empresa tem sido uma ameaça aos varejistas brasileiros, colocando em risco as ações do setor.
Em outras palavras, a “invasão asiática” na batalha de vendas domésticas pela internet está começando a mudar o jogo de poder entre os gigantes do comércio eletrônico. Uma pesquisa realizada pelo Bank of America Merrill Lynch (BofA) classificou a Shopee como o favorito entre os consumidores brasileiros.
Shopee e o mercado brasileiro
O crescimento da Shopee tem sido impulsionado por vendedores brasileiros que são responsáveis pela maior parte das vendas dentro da plataforma. Destaca-se também a inclusão da Shopee no Nubank Shopping, que foi anunciada no início deste ano, na época, o banco digital deu a seus clientes um voucher de R$ 10 para comprar na Shopee.
Além disso, a Shopee fechou recentemente um acordo com o Procon-SP para proibir a venda de itens falsificados e contrabandeados, um compromisso adicional de vender apenas produtos com nota fiscal e reembolso imediato em caso de atraso na entrega.
Como resultado de seu bom relacionamento com o mercado brasileiro, a Shopee tornou-se líder do segmento em quatro das cinco regiões do país, empatando com o Mercado Livre na região sudeste.
Impacto no mercado
Americanas (AMER3), Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) ampliaram suas perdas este ano após queda de pelo menos 58% em 2021, por conta do crescimento econômico mais lento no país e expectativas e preocupações crescentes sobre a desaceleração dos lucros corporativos relacionados para o cenário competitivo da indústria.
Em contrapartida, os investidores têm demonstrado interesse especial na Shopee, que iniciou suas operações no Brasil em 2019 com foco na venda de produtos de baixo valor. Atualmente, a participação de mercado da empresa no comércio eletrônico no Brasil está na casa de um dígito, segundo estimativas do Goldman Sachs.
Além disso, o crescimento da Shopee na região aumenta o risco de margem para os varejistas domésticos, que já estão arcando com custos mais altos de insumos, de acordo com o Morgan Stanley. Como tal, é improvável que as ações das varejistas vejam algum alívio no curto prazo, pois pode haver sinais de desaceleração na próxima temporada de resultados.
Espera-se que os resultados do primeiro trimestre permaneçam sob pressão, com analistas estimando que há amplo espaço para revisões para baixo. Sendo assim, as varejistas podem ver uma forte desaceleração nos resultados do quarto trimestre devido a condições macro difíceis ou intensa concorrência.
Em suma, isso pode começar a se traduzir em questões mais estruturais para os investidores, como se a plataforma da Shopee pode competir com players globais com “poder de fogo” suficiente.