Flávio Dino, ex-governador do Maranhão, acredita que o impacto eleitoral que a Medida Provisória que aumentou o Auxílio Brasil, já passou. Para ele, o impacto positivo direcionado a Jair Bolsonaro estagnou por conta da inflação.
“O aumento para R$ 400 já foi assimilado e conseguiu melhorar um pouco a posição dele [Jair Bolsonaro] no Nordeste, mas ele dá com uma mão e tira com a outra. O povo sente o preço da comida, da gasolina”, completou Flávio.
A pesquisa realizada pelo PoderData entre os dias 8 e 10 de maio aponta que 48%, quase metade dos beneficiados pelo Auxílio Brasil pretendem votar no ex-presidente Lula nas próximas eleições.
Impacto eleitoral do Auxílio Brasil
“Ele [Bolsonaro] não tem bala de prata. O que tinha que sair [de retorno positivo] já saiu”, disse Dino. O ex-governador não acredita que seja possível que Bolsonaro leve a maioria dos votos no Nordeste.
Ainda segundo a pesquisa do PoderData, Lula está na liderança com 42% das intenções de voto para o primeiro turno, dentre todos os pré-candidatos. Bolsonaro está logo atrás com 35%.
No Nordeste, Lula dispara com 52% das intenções contra 33% de Bolsonaro, maior adversário.
Os dados para a pesquisa foram coletados por meio de ligações para celulares ou telefones fixos. Três mil pessoas em 288 municípios das 27 unidades federativas participaram da coleta. A margem de erro dos resultados é de 2 pontos percentuais.
Pesquisa eleitoral
Em outra pesquisa realizada dessa vez pelo Genial/Quest, divulgada na última quarta-feira (11), a avaliação positiva do atual presidente caiu 19 pontos percentuais. Entretanto, a avaliação negativa subiu apenas 3 pontos.
Bolsonaro lidera as pesquisas apenas entre aqueles que recebem mais de cinco salários mínimos, com 42% contra 35% de Lula. Entre os que recebem até dois salários mínimos e os que recebem de dois a cinco, Lula volta a liderar.
A pesquisa foi feita com duas mil pessoas entre os dias 5 e 8 de maio no formato presencial. A margem de erro dos resultados é de 2 pontos percentuais.
Eleições 2022
Flávio Dino considera que a melhor estratégia para Bolsonaro nesse momento é focar em seus fiéis eleitores e repetir lemas da última campanha (2018). No entanto, o ex-governador não acredita que “o truque velho vá funcionar”.
Segundo ele, a gestão do presidente durante os dois primeiros anos da pandemia será alvo de críticas. “Ele tem falado na luta do bem contra o mal. E é. Ele é o presidente que riu das pessoas que estavam morrendo com falta de ar”, completou.
Quanto a Lula, Dino fala que “o PSB aprovou o apoio ao Lula e a tendência, e o que nós esperamos, é que o partido seja ouvido cotidianamente”.
Campanha de Bolsonaro em 2022
A campanha do presidente tem sido voltada para os beneficiários do Auxílio Brasil. Trazendo propostas como o aumento do benefício, abonos secundários e alterações nos cartões do auxílio a equipe de Jair tenta angariar o público.
Entretanto, enquanto dinheiro é investido em estratégias de campanha, a fila para conseguir receber o Auxílio Brasil não para de crescer. Assim, como mostram as pesquisas, talvez as táticas da campanha não estejam rendendo frutos.