Nesta quinta-feira (27), a Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou os dados relacionados ao Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), também conhecido como “inflação do aluguel”, dado que é utilizado pela grande maioria dos contratos para realizar o reajuste do valor pago de aluguel. De acordo com a FGV, o IGP-M teve deflação em abril, caindo 0,95% após ter tido uma alta de 0,05% no mês de março.
No mesmo mês do ano passado, o IGP-M havia apresentado alta de 1,41%. Com isso, o índice acumula deflação de 0,75% em 2023 e de 2,17% em 12 meses. Para efeito de comparação, é a primeira vezem que o IGP-M apresenta deflação no acumulado de 12 meses desde fevereiro 2018. Os dados de abril vieram melhor que a expectativa do mercado, segundo a Reuters, esperava-se uma deflação de 0,75%.
No entanto, embora seja uma boa notícia o IGP-M ter apresentado deflação, isso não significa que os contratos de aluguel terão reajuste negativo, dado que, na maioria das vezes, tais contratos possuem cláusulas que não permitem o reajuste negativo do valor. Sendo assim, a expectativa é que o preço dos aluguéis se mantenham estáveis.
O IGP-M vem apresentando tendência de queda desde maio de 2021, quando o indicador apresentava oscilação de 37% para as locações que iriam vencer no mês seguinte. Em abril do ano passado, o índice acumulado no período ano foi de 14,7% e foram repassados aos contratos que possuíam vencimento ou foram acordados em maio de 2022.
Deflação do IGP-M é puxada pela queda do preço de matérias-primas
Segundo André Braz, coordenador dos Índices de Preços da FGV, as commodities seguem em queda. “Os preços de importantes commodities para o setor produtivo seguem em queda. Soja (-9,34%), milho (-4,33%) e minério de ferro (-4,41%) abrem espaço para descompressão dos custos de importantes segmentos varejistas, favorecendo a chegada desses efeitos nos preços ao consumidor”, apontou André Braz.
“O IPC, ainda que esteja registrando desaceleração, segue pressionado pelos reajustes dos preços administrados, como gasolina (2,39%), energia (1,31%) e medicamentos (2,02%). Além disso, os serviços livres também persistem com inflação em elevado patamar. Entre os itens desse segmento, vale destacar o aluguel residencial com alta de 1,31% em abril”, comentou Braz, sobre outro índice de inflação.
Por outro lado, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) voltou a subir no mês de abril, o resultado desta vez foi de 0,23%, após uma alta de 0,18% em março. Nesse sentido, o IGP-M calcula os preços ao produtor, consumidor e construção civil entre os dias 21 do mês anterior e 20 do mês atual. O IGP possui três versões com coleta de preços: o IGP-10, em que seus preços são calculados entre o dia 11 do mês anterior ao dia 10 do mês da coleta, o IGP-DI, calculado entre o primeiro e último dia do mês, sendo o mais popular, e o IGP-M, que analisa as informações sobre a variação dos preços entre o dia 21 do mês anterior e o dia 20 do mês da coleta.
Em relação ao IGP-M, ele corresponde a média aritmética ponderada da inflação ao produtor (IPA), consumidor (IPC) e a construção civil (INCC). Nesse sentido, o peso de cada um dos índices correspondem as parcelas da despesa interna bruta, que é calculada com base nas Contas Nacionais, chegando na seguinte distribuição de pesos: 60% para o IPA, 30% INPC e 10% para o INCC.