O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu 0,58% no segundo decêndio de setembro deste ano, ante avanço de 0,96% no mesmo período de agosto. A saber, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta segunda-feira (20).
De acordo com o economista da FGV, André Braz, “o IGP-M negativo não significa que tenhamos recebido alguma trégua na inflação”. O índice passou do campo positivo para o negativo entre as duas prévias de setembro por causa das recorrentes e enormes quedas do minério de ferro.
Em resumo, especialistas apontam que a commodity puxou o IGP-M pra baixo. Caso o preço do minério não tivesse tombado no período, a segunda prévia do IGP-M teria subido 1,00%. Por isso, Braz afirma que “ainda contamos com pressão inflacionária muito grande”, ou seja, a queda do minério não garante a desaceleração do IGP-M nos próximos meses.
Veja as variações dos índices que compõem o IGP-M
A propósito, o IGP-M funciona como um indexador de contratos. Isso quer dizer que o índice não fica limitado a aluguéis, atingindo também contratos de tarifas públicas e seguros, por exemplo. O IGP-M ainda influencia mensalidades de escolas e universidades, tarifa de energia elétrica e planos de saúde.
Em suma, o IGP-M é formado por três índices: Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). Aliás, o IPA responde por 60% do IGP-M, enquanto o IPC responde por 30% e o INCC por 10%.
A saber, o minério de ferro representa 10,9% do IPA, e acumula perdas de 39,5% apenas em setembro. Isso fez o IPA tombar de 1,07% na segunda prévia de agosto para -1,06% na segunda prévia de setembro. Por outro lado, o IPC passou de 0,68% para 0,95%. No entanto, por exercer bem menos impacto, o avanço do IPC não impediu a queda do IGP-M no mês. Já o INCC passou de 0,58% para 0,43%.
Leia Mais: Preço do minério despenca para o menor valor em 16 meses