O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) variou 0,96% no segundo decêndio de agosto deste ano, ante 0,72% no mesmo período de julho. O principal motivo para a alta do indicador nessa segunda prévia é o aumento da inflação no país. A saber, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta quinta-feira (19).
De acordo com o economista da FGV, André Braz, o resultado da prévia é um “espalhamento de inflação”. Isso indica que o mercado acredita em avanços mais firmes ta taxa básica de juros do país, a Selic. “Estimava-se 7% na Selic até fim do ano. Mas creio que hoje há uma forte tendência de juro mais na direção de 7,5%, de 8% no início do ano que vem”, explicou.
Em resumo, Braz acredita que o Banco Central (BC), responsável pelas variações da Selic, elevará a taxa para conter a inflação do país. Isso seria necessário “para conter demanda e não sustentar aumento de preços” que possam perdurar até 2022.
IPC tem leve recuo no mês
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), componente do IGP-M, teve leve desaceleração de 0,70% para 0,62% na prévia. Em suma, quatro das oito classes de despesa apresentaram avanço em suas taxas. Os principais itens que impulsionaram a alta foram: hortaliças e legumes (4,43%), gasolina (2,01% ) e serviços bancários (0,27%).
“Se temos uma projeção de alta de 5% no PIB esse ano, é sinal que a demanda começa a pressionar”, afirmou Braz. Ele explicou que, em 2020, o país vivia outra realidade, com a economia bastante enfraquecida pela pandemia da Covid-19. Em contrapartida, o cenário em 2021 está fortalecido com o avanço da vacinação, que impulsiona a demanda. A consequência é o aumento dos preços de produtos e serviços.
Por fim, Braz reitera que, caso o BC não eleve firmemente a Selic neste ano, os preços podem continuar bastante altos no próximo ano. A saber, uma Selic mais alta puxa consigo os juros praticados no país. Assim, a economia fica desaquecida, uma vez que os consumidores precisarão pagar mais juros pelos créditos adquiridos.
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