O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) caiu 0,04% no primeiro decêndio de julho deste ano, ante 1,24% no mesmo período do mês anterior. Dessa forma, com o acréscimo desse resultado, o valor acumulado nos últimos 12 meses caiu de 36,61% para 32,74%.
Vale destacar que, apesar da forte queda, a variação do indicador continua bastante expressiva no período. A saber, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), responsável pelo levantamento, divulgou as informações nesta sexta-feira (9).
De acordo com o coordenador dos índices de preços da FGV, André Braz, esse é o menor valor para a primeira prévia do IGP-M em um mês desde maio de 2020 (-0,32%). E isso aconteceu, principalmente, por causa da queda dos preços das commodities em atacado.
Na verdade, Braz não descarta que essa redução continue nos próximos meses. Dessa forma, a desaceleração do índice tende a beneficiar quem paga aluguel, uma vez que o IGP-M é usado justamente em contratos de reajuste de aluguel. Segundo Braz, os preços das commodities devem continuar mais baratos no segundo trimestre.
IPA recua e limita alta do IGP-M
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu 0,38% no primeiro decêndio deste mês, taxa bem menor que a registrada em junho (1,28%). Em suma, o grupo matérias-primas bruta despencou de 0,32% para -2,49%, puxado por: soja em grão (-2,81% para -10,62%), minério de ferro (1,90% para -0,63%) e milho em grão (-3,82% para -9,38%).
Por outro lado, vale citar suínos (-19,40% para 12,86%), bovinos (0,25% para 1,84%) e aves (3,03% para 5,43%), que registraram altas firmes. No entanto, não conseguiram impedir a queda do grupo nesta primeira prévia de julho.
Os bens intermediários também caíram no período (2,31% para 1,16%), puxado pelo subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa caiu de 2,60% para -0,06%. Da mesma forma, os preços dos bens finais também recuaram (1,51% para 0,83%), influenciado pelo subgrupo alimentos processados (3,30% para 1,31%).
IPC fica quase estável enquanto INCC cai nesta prévia
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) variou 0,58% no primeiro decêndio de julho, ante 0,58% no mesmo período de junho. Em resumo, três das oito classes de despesa apresentaram avanço em suas taxas, com destaque para o grupo educação, leitura e recreação (-0,69% para 2,11%), puxado pela disparada do item passagem aérea, cuja taxa saltou de -7,28% para 24,57%.
Os seguintes grupos também subiram no período: saúde e cuidados pessoais (0,14% para 0,40%), vestuário (0,80% para 1,00%), influenciados por artigos de higiene e cuidado pessoal (-1,15% para 0,28%) e calçados (-0,44% para 0,62%), respectivamente.
Em contrapartida, os seguintes grupos caíram no período: transportes (1,69% para 0,65%), habitação (0,83% para 0,51%), alimentação (0,19% para 0,17%) e despesas diversas (0,27% para 0,11%). A saber, os respectivos destaques destes grupos foram: gasolina (3,21% para 0,99%), tarifa de eletricidade residencial (1,93% para 0,73%), hortaliças e legumes (-1,03% para -8,22%) e alimentos para animais domésticos (2,00% para 0,93%).
A única exceção ficou com o grupo comunicação, que repetiu a taxa do primeiro decêndio de junho (0,05%). Nesse caso, o destaque em relação à subida ficou com mensalidade para internet (-0,82% para -0,24%). Por outro lado, em sentido descendente, ficaram os serviços de streaming (0,75% para 0,20%).
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) variou 1,68%, ante variação positiva de 2,25% no primeiro decêndio de junho. Em síntese, dois grupos desaceleraram: mão de obra (3,04% para 2,03%) e serviços (1,74% para 0,77). Apenas o componente materiais e equipamentos teve leve alta no período (1,46% para 1,47%).
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