O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) teve alta de 2,97% em fevereiro deste ano. A saber, o índice registrou uma aceleração no mês, visto que o valor alcançado em janeiro ficou menor (1,33%). Com o resultado, o IGP-10 acumula avanço de 4,35% em 2021 e de 28,17% nos últimos 12 meses. Aliás, o nível em fevereiro deste ano superou em muito o registrado no mesmo período do ano passado (0,01%). À época, o IGP-10 acumulava avanço de 7,39% em 12 meses, quase quatro vezes menor que a taxa atual.
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou os dados nesta sexta-feira (12). O IGP-10 é medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV. O índice é responsável por reajustes de contratos de aluguel e planos e seguros de saúde e tarifas públicas.
“O IPA segue exercendo forte influência sobre o IGP. Pressões, ora concentradas em matérias-primas brutas, agora se espalham entre os bens intermediários. No primeiro estágio de produção, vale destacar o comportamento do preço da soja que subiu 9,42% ante -10,45% na apuração anterior. No estágio intermediário, chama atenção o comportamento dos preços dos fertilizantes com alta de 10,74%, depois de registrar queda de 1% em janeiro”, destacou o coordenador dos índices de preços, André Braz.
Veja o que contribuiu para a aceleração do IGP-10
De acordo com a FGV, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) passou de 1,60% em janeiro para 3,90% em fevereiro. A desaceleração nos preços dos bens finais (1,24% para 0,90%) não conseguiu segurar a elevação no período. Em suma, alimentos in natura puxaram a retração deste estágio de processamento, ao passar de 4,99% para -3,95.
Por outro lado, os bens intermediários subiram de 1,90% para 3,90%, puxados pelo subgrupo materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 0,97% para 3,83%. Da mesma forma, o grupo de matérias-primas brutas disparou de 1,64% para 6,23%, impactando o IPA. Nesse caso, as principais influências vieram de: soja em grão (-10,45% para 9,42%), bovinos (-5,55% para 10,07%) e milho em grão (-4,77% para 9,36%). Em sentido oposto, as influências mais relevantes vieram dos itens minério de ferro (20,61% para 7,96%), leite in natura (2,57% para -3,23%) e aves (-1,09% para -3,62%).
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) desacelerou, passando de 0,59% em janeiro para 0,35% em fevereiro. Isso aconteceu devido à queda registrada em cinco das oito classes de despesa pesquisadas. A saber, o destaque negativo ficou com o grupo habitação, que passou de 1,41% para -0,75%, graças à forte queda do item tarifa de eletricidade residencial (5,17% para -4,90%). Além disso, os outros quatro grupos que tiveram queda no mês foram: alimentação (1,42% para 0,71%), saúde e cuidados pessoais (0,56% para 0,17%), vestuário (1,00% para 0,14%) e despesas diversas (0,36% para 0,26%).
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) avançou de 0,76% para 0,98%. Em resumo, a aceleração recebeu contribuição de todos os três grupos componentes, cujos resultados foram os seguintes: materiais e equipamentos (1,49% para 1,70%), serviços (0,35% para 1,09%) e mão de obra (0,26% para 0,39%).
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