O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) avançou 1,19% em novembro deste ano. A saber, a taxa teve um grande salto na comparação com outubro, quando o indicador recuou 0,31%. E o avanço dos combustíveis figura como um dos principais fatores para a alta do índice no mês.
“Os combustíveis contribuíram para a aceleração da taxa do IGP-10. Os preços do Diesel (3,60% para 10,10%) e da Gasolina (0,57% para 10,31%) avançaram significativamente no IPA”, explicou o coordenador dos índices de preços do Ibre/FGV, André Braz.
“A taxa do índice ao produtor não subiu mais devido à queda registrada nos preços de importantes commodities agrícolas como, por exemplo, bovinos (-4,11% para -8,46%), milho (-4,99% para -4,63%) e soja (-0,16% para -1,39%)”, acrescentou Braz.
Com o acréscimo do resultado, o IGP-10 passa a acumular uma expressiva variação de 17,47% em 2021. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a disparada é de 19,78%. Embora o índice tenha tido uma forte alta no mês, o avanço representou menos da metade da variação em novembro de 2020 (+3,51%).
O Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) divulgou o IGP-10 nesta quarta-feira (17). O índice é responsável por reajustes de contratos de aluguel e planos e seguros de saúde e tarifas públicas, além de medir os preços no atacado.
Veja mais detalhes da desaceleração do IGP-10 em outubro
De acordo com a FGV, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) passou de -0,77% em outubro para 1,31% em novembro. A saber, o grupo matérias-primas continuou no campo negativo (-0,98%), mas com uma taxa bem menos intensa que a de setembro (-5,01%) e a de outubro (-4,62%).
No grupo, os itens minério de ferro (-19,46% para 1,23%), café em grão (6,87% para 11,34%) e algodão em caroço (-0,28% para 4,64%) ajudaram a deixar a taxa menos negativa. Em contrapartida, os maiores recuos vieram de: bovinos (-4,11% para -8,46%), leite in natura (2,00% para -4,29%) e mandioca/aipim (10,80% para -2,02%).
Já os preços dos bens finais aceleraram no mês (1,10% para 1,29%). Em suma, a principal alta veio do subgrupo combustíveis para o consumo, cuja taxa disparou de 0,94% para 8,48%. Da mesma forma, os bens intermediários aceleraram no mês, de 1,91% para 3,71%. O principal destaque ficou com o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, que saltou de 3,62% para 9,28%.
IPC e INCC seguem direções distintas no mês
Outo indicador que compõe o IGP-10, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), desacelerou de 1,26% para 0,79% entre outubro e novembro. Quatro das oito classes de despesa pesquisadas tiveram decréscimo no mês. O destaque negativo ficou com o grupo educação, leitura e recreação (3,50% para 0,05%), cujo item passagem aérea despencou de 28,66% para -0,42%.
Os seguintes grupos também desaceleraram em novembro: habitação (1,67% para 0,36%), alimentação (1,30% para 0,81%) e comunicação (0,35% para 0,33%). Esse resultado reflete o decréscimo dos respectivos itens: tarifa de eletricidade residencial (5,41% para 0,06%), frutas (5,37% para -1,82%) e combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,70% para 0,07%).
Em contrapartida, a variação de quatro grupos acelerou: transportes (1,23% para 2,17%), vestuário (0,40% para 0,87%), saúde e cuidados pessoais (0,10% para 0,29%) e despesas diversas (0,25% para 0,27%). As taxas foram impulsionadas pelos itens gasolina (2,49% para 5,09%), roupas (0,30% para 0,74%), artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,18% para 0,76%) e alimentos para animais domésticos (1,42% para 2,10%), respectivamente.
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) acelerou em novembro (0,53% para 0,95%). Enquanto os componente mão de obra caiu no mês (0,29% para 0,10%), os materiais e equipamentos (0,82% para 2,00%) e os serviços (0,42% para 0,49%) avançaram e impulsionaram o índice em novembro.
Leia Mais: Volume de vendas na Black Friday deve cair em 2021, estima CNC