O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) avançou 1,79% em janeiro deste ano. A saber, a taxa ficou bem diferente do resultado do mês anterior, quando o indicador recuou 0,14%. E o salto do minério de ferro é um dos principais fatores para a alta do índice no mês.
“As acelerações observados nos preços do minério de ferro (de -19,28% para 24,56%) e da soja (de -3,41% para 2,92%), itens de maior peso no índice ao produtor, orientaram o avanço da taxa do IPA, índice com maior influência sobre o IGP-10”, explicou o coordenador dos índices de preços do Ibre/FGV, André Braz.
“Já a inflação ao consumidor e na construção civil apresentaram desaceleração em função da queda do preço da gasolina (de 5,50% para -1,51%) e de vergalhões e arames de aço (de -0,40% para -1,61%), nesta ordem”, acrescentou Braz.
Com o acréscimo do resultado, o IGP-10 passa a acumular uma expressiva variação de 17,82% em 12 meses. Embora a variação acumulada no período seja expressiva, o avanço é menor que a taxa nos 12 meses anterior (24,49%). A propósito, em janeiro de 2021, o indicador havia subido 1,33%.
O Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) divulgou o IGP-10 nesta segunda-feira (17). O índice é responsável por reajustes de contratos de aluguel e planos e seguros de saúde e tarifas públicas, além de medir os preços no atacado.
Veja mais detalhes da aceleração do IGP-10 em janeiro
De acordo com a FGV, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) passou de -0,51% em dezembro de 2021 para 2,27% em janeiro deste ano. A saber, o grupo matérias-primas saiu do campo negativo para o positivo (-3,78% para 5,43%), após meses de recuos.
No grupo, os itens minério de ferro e soja em grão, além de milho em grão (-4,71% para 2,86%), ajudaram a impulsionar a taxa. Em contrapartida, os maiores recuos vieram de: bovinos (11,28% para 2,73%), café em grão (10,83% para 4,24%) e cana-de-açúcar (3,08% para 1,53%). Mas estes recuos não impediram o avanço no mês.
Já os preços dos bens finais aceleraram no mês (0,42% para 0,75%). Em suma, a principal alta veio do subgrupo alimentos in natura, cuja taxa passou de -2,84% para 3,14%.
Por outro lado, os bens intermediários desaceleraram no mês, de 1,98% para 0,55%. O principal destaque ficou com o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, que caiu de 4,28% para -1,31%.
IPC e INCC desaceleram no mês
Outo indicador que compõe o IGP-10, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), desacelerou de 1,08% para 0,40% entre dezembro e janeiro. Cinco das oito classes de despesa pesquisadas tiveram decréscimo no mês, com destaque para o grupo transportes (2,49% para -0,26%), enfraquecido pelo item combustíveis e lubrificantes, cuja taxa despencou de 5,60% para -1,61%.
Os seguintes grupos também desaceleraram em novembro: educação, leitura e recreação (2,61% para 0,38%), comunicação (0,08% para 0,00%), despesas diversas (0,16% para 0,10%) e habitação (0,77% para 0,74%).
Esse resultado reflete o decréscimo dos respectivos itens: passagem aérea (17,18% para -4,37%), combo de telefonia, internet e TV por assinatura (0,16% para 0,04%), alimentos para animais domésticos (0,78% para 0,45%) e tarifa de eletricidade residencial (1,86% para 1,63%).
Em contrapartida, a variação de três grupos acelerou: alimentação (0,59% para 0,88%), vestuário (0,19% para 1,31%) e saúde e cuidados pessoais (0,12% para 0,15%). As taxas foram impulsionadas pelos itens frutas (2,52% para 10,35%), roupas (0,24% para 1,51%) e artigos de higiene e cuidado pessoal (-0,06% para 0,38%), respectivamente.
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) também desacelerou em janeiro (0,54% para 0,50%). Enquanto os componentes materiais e equipamentos (0,81% para 0,91%) e os serviços (0,61% para 0,97%) avançaram no mês, o grupo mão de obra caiu de 0,29% para 0,10% e puxou o grupo para baixo.
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