O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) teve alta de 2,99% em março deste ano. A saber, o índice registrou uma aceleração muito parecida com a registrada no mês anterior (2,97%). Com o resultado, o IGP-10 acumula avanço de 7,47% em 2021 e de 31,16% nos últimos 12 meses. Aliás, o nível em março deste ano superou em muito o registrado no mesmo período do ano passado (0,64%). À época, o IGP-10 acumulava avanço de 6,59% em 12 meses, mais de cinco vezes menor que a taxa atual.
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgou os dados nesta terça-feira (16). O IGP-10 é medido pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da FGV. O índice é responsável por reajustes de contratos de aluguel e planos e seguros de saúde e tarifas públicas. Além disso, também mede os preços no atacado.
“Os aumentos autorizados para Diesel (5,56% para 22,06%) e gasolina (12,68% para 23,04%) nas refinarias estão influenciando o resultado do índice ao produtor. Nesta apuração, tais combustíveis responderam por 21% do resultado do IPA. No IPC, a gasolina (3,21% para 8,52%), principal influência do indicador, respondeu por 63% do resultado da inflação ao consumidor”, destacou o coordenador dos índices de preços, André Braz.
Veja o que contribuiu para a aceleração do IGP-10
De acordo com a FGV, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) passou de 3,90% em fevereiro para 3,69% em março. A aceleração nos preços dos bens finais (0,90% para 2,22%) não conseguiu puxar a o indicador pra cima no período. Em suma, combustíveis para o consumo puxaram a aceleração deste estágio de processamento, ao passar de 9,36% para 17,61%.
Da mesma forma, os bens intermediários passaram de 3,90% para 5,90%, puxados pelo subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa disparou de 4,75% para 15,98%. Em contrapartida, o grupo de matérias-primas brutas afundou de 6,23% para 3,03%, puxando o IPA pra baixo. Nesse caso, as principais quedas vieram de: soja em grão (9,42% para 0,84%), milho em grão (9,36% para 1,93%) e bovinos (10,07% para 3,38%). Em sentido oposto, os destaques ficaram com os itens aves (-3,62% para 4,15%), suínos (-6,12% para 5,61%) e arroz em casca (-6,85% para -3,99%).
Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) acelerou, passando de 0,35% em fevereiro para 0,71% em março. Apesar da queda registrada em cinco das oito classes de despesa pesquisadas, o IPC subiu. A saber, o destaque para o avanço ficou com o grupo transporte, que passou de 1,09% para 2,97%, graças à forte alta da gasolina (3,21% para 8,52%). Além disso, os outros três grupos que cresceram no mês foram: habitação (-0,75% para 0,34%) e saúde e cuidados pessoais (0,17% para 0,27).
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) disparou de 0,98% para 1,96%. Em resumo, a aceleração recebeu impulso do componente materiais e equipamentos (1,70% para 4,49%), apesar das quedas em serviços (1,09% para 0,73%) e mão de obra (0,39% para 0,18%).
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