O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) caiu 0,37% em setembro deste ano. A saber, a taxa apresentou forte desaceleração em relação à variação de agosto, que foi de 1,18%. E isso aconteceu devido ao tombo de importantes itens para o índice, como minério de ferro e grãos.
Apesar do recuo, o IGP-10 agora ainda acumula expressiva variação de 16,44% em 2021. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a disparada é de 26,84%. O nível de setembro deste ano ficou negativo, ao contrário do salto de 4,34% registrado no mesmo mês de 2020. À época, o IGP-10 acumulava avanço de 17,03% em 12 meses, taxa bem menor que o nível atual.
O Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) divulgou o IGP-10 nesta quinta-feira (16). O índice é responsável por reajustes de contratos de aluguel e planos e seguros de saúde e tarifas públicas, além de medir os preços no atacado.
“Café (13,51%), açúcar (8,75%) e tarifa de energia (3,06%) figuram entre as principais pressões inflacionárias do IPA e do IPC e refletem os efeitos da estiagem sobre os preços dos alimentos e da energia. A taxa negativa registrada pelo IGP tem a ver com o comportamento do preço do minério de ferro, que caiu 22,17%”, afirma o coordenador dos índices de preços do Ibre/FGV, André Braz.
Veja mais detalhes da desaceleração do IGP-10 em setembro
De acordo com a FGV, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) caiu de 1,29% em agosto para -0,76% em setembro. Isso aconteceu devido ao forte tombo do grupo matérias-primas (0,55% para -5,01%). A propósito, os itens minério de ferro (-7,23% para -22,17%), milho em grão (10,03% para 0,52%) e soja em grão (6,79% para 2,47%) derrubaram a taxa do grupo neste mês.
Em sentido oposto, os destaques positivos mais relevantes do grupo foram: arroz em casca (0,45% para 5,31%), laranja (5,63% para 9,90%) e algodão em caroço (1,28% para 3,28%). No entanto, estes avanços não conseguiram impedir a desaceleração do grupo no mês.
Já em relação aos bens finais, os preços aceleraram no mês (1,60% para 2,13%). Em suma, o principal impulso veio do subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 0,59% para 2,61%. Por outro lado, os bens intermediários desaceleraram de 1,93% para 1,83%. Nesse caso, o principal destaque ficou com o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, que desacelerou de 3,72% para 0,14%.
IPC e INCC têm movimentos diferentes no mês
Outo indicador que compõe o IGP-10, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), registrou leve alta no mês (0,88% para 0,93%). Sies das oito classes de despesa pesquisadas aumentaram o ritmo de avanço no mês. O destaque ficou com o grupo educação, leitura e recreação (0,51% para 1,34%), graças ao salto dos preços do item passagem aérea (3,82% para 11,50%).
Os seguintes grupos também aceleraram em setembro: comunicação (-0,13% para 0,12%), transportes (0,93% para 0,97%), despesas diversas (0,10% para 0,29%), saúde e cuidados pessoais (0,45% para 0,50%) e vestuário (0,17% para 0,18%).
Esse resultado reflete a aceleração dos respectivos itens: mensalidade para TV por assinatura (-0,46% para 0,21%), etanol (-1,03% para 4,70%), serviços bancários (0,14% para 0,35%), medicamentos em geral (0,10% para 0,38%) e acessórios do vestuário (-0,29% para 0,63%).
Em contrapartida, houve queda dos grupos habitação (1,56% para 1,33%) e alimentação (1,13% para 1,05%). As taxas foram puxadas pra baixo pelos itens tarifa de eletricidade residencial (5,74% para 3,06%) e hortaliças e legumes (5,17% para 1,04%), respectivamente.
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) desacelerou de 0,79% para 0,43% entre agosto e setembro. Todos componentes do grupo recuaram no mês: materiais e equipamentos (1,44% para 0,82%), serviços (0,77% para 0,49%) e mão de obra (0,24% para 0,08%).
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