O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) caiu 0,31% em outubro deste ano. A saber, a taxa apresentou uma variação semelhante a de setembro, quando recuou 0,37%. E o tombo de importantes itens para o índice, como minério de ferro e grãos, derrubaram a taxa em ambos os meses.
Apesar do recuo, o IGP-10 agora ainda acumula expressiva variação de 16,08% em 2021. Já no acumulado dos últimos 12 meses, a disparada é de 22,53%. O nível de outubro deste ano ficou negativo, ao contrário do salto de 3,20% registrado no mesmo mês de 2020. À época, o IGP-10 acumulava avanço de 19,85% em 12 meses, taxa bem menor que o nível atual.
O Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) divulgou o IGP-10 nesta sexta-feira (15). O índice é responsável por reajustes de contratos de aluguel e planos e seguros de saúde e tarifas públicas, além de medir os preços no atacado.
“O preço do minério de ferro registrou nova queda, agora de 19,46%, e, mais uma vez, manteve a taxa do IGP-10 em terreno negativo”, explicou o coordenador dos índices de preços do Ibre/FGV, André Braz.
“Milho (-4,99%) e bovinos (-4,11%) também registraram taxas negativas, o que contribuiu para o arrefecimento das pressões inflacionárias ao produtor. Já os preços ao consumidor seguem sob forte influência dos aumentos registrados para energia elétrica e combustíveis”, acrescentou Braz.
Veja mais detalhes da desaceleração do IGP-10 em outubro
De acordo com a FGV, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) passou de -0,76% em setembro para -0,77% em outubro. A saber, o grupo matérias-primas continuou no campo negativo, mas com uma taxa menos intensa que a de setembro (-5,01% para -4,62%).
No grupo, os itens minério de ferro (-22,17% para -19,46%), cana-de-açúcar (1,17% para 3,16%) e mandioca/aipim (2,61% para 10,80%) ajudaram a deixar a taxa do menos negativa. Em contrapartida, os destaques negativos mais relevantes do grupo foram: milho em grão (0,52% para -4,99%), soja em grão (2,47% para -0,16%) e bovinos (-0,42% para -4,11%).
Já os preços dos bens finais desaceleraram no mês (2,13% para 1,10%). Em suma, o principal recuo veio do subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 2,61% para 1,28%. Por outro lado, os bens intermediários aceleraram de 1,83% para 1,91%. Nesse caso, o principal destaque ficou com o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, que acelerou de 0,14% para 3,62%.
IPC e INCC sobem no mês
Outo indicador que compõe o IGP-10, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), subiu no mês (0,93% para 1,26%). Seis das oito classes de despesa pesquisadas tiveram acréscimo. O destaque ficou novamente com o grupo educação, leitura e recreação (1,34% para 3,50%), graças ao salto dos preços do item passagem aérea (11,50% para 28,66%).
Os seguintes grupos também aceleraram em outubro: habitação (1,33% para 1,67%), transportes (0,97% para 1,23%), alimentação (1,05% para 1,30%), comunicação (0,12% para 0,35%) e vestuário (0,18% para 0,40%).
Esse resultado reflete a aceleração dos respectivos itens: tarifa de eletricidade residencial (3,06% para 5,41%), gasolina (1,72% para 2,49%), hortaliças e legumes (1,04% para 6,41%), tarifa de telefone residencial (0,24% para 2,12%) e calçados (0,08% para 0,70%).
Em contrapartida, houve queda dos grupos saúde e cuidados pessoais (0,50% para 0,10%) e despesas diversas (0,29% para 0,25%). As taxas foram puxadas para baixo pelos itens artigos de higiene e cuidado pessoal (1,16% para -0,18%) e serviços bancários (0,35% para 0,13%), respectivamente.
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) também acelerou em outubro (0,43% para 0,53%). Enquanto o componente mão de obra subiu no mês (0,08% para 0,29%), os serviços caíram (0,49% para 0,42%). Já os materiais e equipamentos repetiram a taxa de setembro (0,82%).