O Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) subiu 1,18% em agosto deste ano. A saber, a taxa apresentou forte aceleração em relação à variação de julho, que foi de 0,18%. E isso aconteceu devido à pressão que os problemas climáticos enfrentados pelo Brasil exerceu no índice.
Com o acréscimo da variação de agosto, o IGP-10 agora acumula avanço de 16,88% em 2021 e disparada de 32,84% nos últimos 12 meses. O nível de agosto deste ano ficou menor que o registrado no mesmo mês de 2020 (2,53%). À época, o IGP-10 acumulava avanço de 11,84% em 12 meses, taxa quase três vezes menor que o nível atual.
O Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV) divulgou o IGP-10 nesta terça-feira (17). O índice é responsável por reajustes de contratos de aluguel e planos e seguros de saúde e tarifas públicas, além de medir os preços no atacado.
“Os efeitos da seca e das geadas estão mais evidentes no resultado do índice ao produtor. Entre os bens finais, os preços dos alimentos in natura avançaram 5,12%… Afora os preços dos alimentos, os combustíveis e lubrificantes para a produção subiram 3,72% e também contribuíram para a aceleração da inflação ao produtor”, explicou o coordenador dos índices de preços do Ibre/FGV, André Braz.
Veja o que contribuiu para a aceleração do IGP-10
De acordo com a FGV, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu de -0,07% em julho para 1,29% em agosto. Isso aconteceu graças à alta do grupo matérias-primas (-1,78% para 0,55%). Aliás, soja em grão (-9,03% para 6,79%), milho em grão (-8,52% para 10,03%) e café em grão (1,37% para 13,76%) impulsionaram a taxa do grupo.
Em sentido oposto, os destaques negativos mais relevantes do grupo foram: minério de ferro (-0,51% para -7,23%), bovinos (2,54% para -0,26%) e suínos (9,96% para -1,94%). No entanto, estes recuos não conseguiram impedir a aceleração do grupo no mês.
Da mesma forma, os preços dos bens finais também aceleraram no mês (1,27% para 1,60%) fortalecendo a alta do IGP-10 em agosto. Em suma, o principal impulso veio do subgrupo alimentos in natura, cuja taxa disparou de -2,21% para 5,12%.
Já os bens intermediários cresceram de 0,90% para 1,93%, puxando mais ainda o IGP-10 para cima. Nesse caso, o principal destaque ficou com o subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, que acelerou de -0,27% para 3,72%.
IPC e INCC têm movimentos diferentes em agosto
Outo indicador que compõe o IGP-10, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), também acelerou em agosto (0,70% para 0,88%). Quatro das oito classes de despesa pesquisadas aumentaram o ritmo de avanço no mês. O destaque ficou com o grupo alimentação (0,45% para 1,13%), graças ao salto dos preços de hortaliças e legumes (-7,67% para 5,17%).
Os seguintes grupos também aceleraram em agosto: saúde e cuidados pessoais (-0,24% para 0,45%), habitação (1,17% para 1,56%) e transportes (0,81% para 0,93%). Esse resultado reflete a aceleração dos respectivos itens: plano e seguro de saúde (-1,27% para 0,62%), tarifa de eletricidade residencial (3,86% para 5,74%) e gasolina (1,42% para 2,13%).
Em contrapartida, houve queda dos grupos educação, leitura e recreação (2,23% para 0,51%), comunicação (0,04% para -0,13%), vestuário (0,34% para 0,17%) e despesas diversas (0,18% para 0,10%). As taxas foram puxadas pra baixo por: passagem aérea (26,99% para 3,82%), mensalidade para TV por assinatura (0,00% para -0,46%), roupas (0,47% para 0,16%) e tarifa postal (1,78% para 0,00%), respectivamente.
Por fim, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) desacelerou de 1,37% para 0,79% entre julho e agosto. Embora os componentes materiais e equipamentos (1,43% para 1,44%) e serviços (0,70% para 0,77%) tenham acelerado no mês, o grupo mão de obra desacelerou fortemente (1,45% para 0,24%), puxando o índice pra baixo.
Leia Mais: Quase 70% dos brasileiros consideram mudar de banco, aponta pesquisa