O aplicativo Ifood recebeu uma multa de pouco mais de R$ 1.5 milhões do Procon do Rio de Janeiro. De acordo com órgão, a sanção ocorreu porque a empresa não deu informações sobre a alteração indevida no aplicativo que levou à exibição de mensagens políticas no lugar dos nomes dos restaurantes. Como a decisão, que foi anunciada na quarta-feira (08), é liminar, a plataforma ainda pode recorrer da decisão.
Assim como publicou o Brasil123, o caso aconteceu em novembro deste ano. À época, inúmeros restaurantes pelo país tiveram seus nomes trocados por mensagens de apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e contrárias à vacina. Algumas mensagens também tiveram como alvo a vereadora Marielle Franco (Psol), executada em 2018.
Ifood culpa funcionário
Assim que o caso veio à tona, o Ifood afirmou que a alteração foi feita por um funcionário de uma empresa prestadora de serviço.
Ainda conforme a companhia, essa pessoa “tinha permissão para ajustar informações cadastrais dos restaurantes na plataforma, e que o fez de forma indevida”. Na ocasião, o aplicativo disse que, ao todo, 9% dos restaurantes cadastrados na plataforma tiveram seus nomes modificados.
Empresa não se pronunciou
Em nota, o Procon do Rio de Janeiro disse que, com as investigações, constatou-se que o IFood indica em sua Declaração de Privacidade que compartilha dados de usuários com empresas terceirizadas, incluindo informações de pagamento.
Nesse sentido, o órgão relata que perguntou para a empresa por quanto tempo os nomes dos restaurantes foram alterados e quantas compras foram realizadas no período. “O questionamento levou em conta o fato de a empresa armazenar dados sensíveis de brasileiros”, informou o Procon.
Não suficiente, a entidade também pediu que a empresa revelasse detalhes sobre a empresa prestadora de serviço e também suas atribuições na gestão da plataforma. No entanto, o Ifood, segundo o Procon, não respondeu essas informações e, por isso, acabou recebendo a multa do órgão.
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