O cenário internacional muitas vezes influencia a bolsa brasileira. Nesta quinta-feira (16), as notícias externas pesaram mais uma vez no ambiente doméstico e o Ibovespa afundou 1,10%. Assim, fechou o dia aos 113.794 pontos. Agora, o principal índice acionário da bolsa brasileira acumula perdas de 4,39% na parcial deste ano.
Vamos aos fatores que derrubaram o Ibovespa. Do exterior, o que mais puxou o índice pra baixo foram as ações da Vale, que representam 14% da carteira total. Com uma queda de 4,15%, os papéis da mineradora tiveram o sétimo pior desempenho no pregão. No entanto, como a Vale tem muita representatividade no Ibovespa, seu resultado acaba impactando bem mais o índice.
Em resumo, o que motivou o forte tombo dos papéis não só da Vale, mas das siderúrgicas do Ibovespa foi mais um dia de queda do minério de ferro. A saber, a commodity afundou 8,09% na sessão de hoje e acumula perdas de 26% em apenas quatro dias. Tudo graças às restrições da China à produção de aço, para onde quase todo o minério de ferro se dirige.
No cenário doméstico, continuaram as preocupações sobre o novo Bolsa Família. O presidente Jair Bolsonaro pretende elevar o valor médio pago pelo programa. No entanto, o mercado teme de onde o governo irá tirar dinheiro para financiar o aumento. Uma das possibilidades consiste no parcelamento dos precatórios, que são dívidas da União determinadas pela Justiça e que não permitem mais recursos.
Contudo, isso aconteceria através do parcelamento das dívidas para os precatórios do ano que vem. Ou seja, o governo reduziria os gastos em 2022, investindo o dinheiro “economizado” no Bolsa Família, mas elevaria as despesas para os anos seguintes, e isso preocupa o mercado.
54 das 91 ações do Ibovespa caem nesta quinta
Do exterior, vem a pancada do minério de ferro, enquanto que o cenário doméstico continua preocupante. Diante disso, o Ibovespa terminou o pregão no vermelho, assim como 54 das suas 91 ações. Ao todo, entre compras e vendas, os papéis movimentaram R$ 23 bilhões, mantendo o mesmo nível da média diárida deste ano.
Em suma, os avanços mais expressivos vieram de: Cielo ON (5,44%), Cia Hering ON (4,90%), Assaí ON (3,07%), Minerva ON (2,50%) e Brasil ON (1,62%). Por outro lado, os tombos mais intensos ficaram com: Sid Nacional ON (-6,18%), Suzano Papel ON (-5,75%), Usiminas PNA (-5,41%), Méliuz ON (-4,66%), Klabin unit (-4,62%) e Americanas ON (-4,6%).
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