Uma viagem pelo mercado de renda variável deixa qualquer um de cabelo em pé. São tantas as influências, oriundas dos mais diversos locais do globo, que fica quase impossível prever algo. E o Ibovespa, que afundou na véspera (20) para o menor nível em quase dez meses, saltou 1,29% no pregão desta terça-feira (21), para 110.250 pontos.
No entanto, continua negativo no acumulado da semana (-1,07%). E o tombo de ontem não atingiu apenas a bolsa brasileira, mas os mercados globais encerraram o dia no vermelho. Tudo graças à Evergrande, segunda maior empresa do setor imobiliário da China.
Em resumo, a gigante chinesa possui a maior dívida de ativos do mundo, na ordem de US$ 300 bilhões. O risco de calote nos credores é imenso. A companhia possui mais de 1,4 milhão de imóveis em construção, que podem nunca ser finalizados. Inclusive, a empresa já perdeu quase 85% do seu valor de mercado na bolsa de Hong Kong.
A falência da Evergrande poderia causar um efeito dominó, afentando não só a recuperação econômica da China, mas de todo o planeta. Inclusive, o temor do mercado se referia justamente a uma repetição do estouro da bolha imobiliária norte-americana, que ocorreu em 2008 e afetou todo o mundo.
Os investidores também aguardam decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central sobre a Selic, taxa básica de juros do Brasil. Ao mesmo tempo, o mundo espera a decisão do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, sobre a política monetária do país.
Apenas 15 das 91 ações do Ibovespa caem nesta terça
Com os ânimos bem menos exaltados e uma calmaria controlada no exterior, o Ibovespa conseguiu encerrar o dia em alta firme. A saber, apenas 15 das 91 ações do índice encerraram o dia no vermelho. Ao todo, entre compras e vendas, os papéis movimentaram R$ 22 bilhões, em linha com a média diária deste ano.
Dentre os muitos avanços do pregão, os mais expressivos vieram de: Méliuz ON (13,60%), Via ON (11,28%), CVC Brasil ON (6,50%), Grupo Soma ON (5,62%) e Lojas Americanas PN (4,94%). Em contrapartida, os maiores recuos ficaram com: IRB Brasil Resseguros ON (-1,84%), Sul America unt (-1,74%), Raia Drogasil ON (-1,16%), Hypera ON (-1,12%) e B3 ON (-0,95%).
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