Os investidores mais corajosos foram às compras nesta quarta-feira (29). Isso permitiu que o Ibovespa fechasse o dia no azul, eliminando uma pequena parte das perdas da véspera. A saber, o principal índice acionário da Bolsa Brasileira subiu 0,89%, para 111.107 pontos. Apesar da alta, o índice acumula um tombo de 6,65% na parcial deste ano.
Em resumo, os investidores continuaram repercutindo as falas de ontem de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos. As declarações fortaleceram as teses de que o Fed começará a reduzir os estímulos na economia norte-americana já em novembro.
Além disso, Powell também sinalizou que os juros adotados no país começarão a subir assim que os estímulos cheguem de vez ao fim. Isso deve acontecer em meados de 2022, o que significa que os investidores têm apenas mais alguns meses para aproveitar os juros baixíssimos praticados nos EUA. Por isso que o Ibovespa afundou ontem.
Claro que não há como jogar a culpa apenas para o exterior. Ainda mais porque o Brasil é autossuficiente em fazer problemas surgirem. Aqui, a população sofre com inflação alta, taxa básica de juros subindo, dólar a R$ 5,43, crise hídrica e energética, combustível cada vez mais caro e reajustes salariais cada vez menores.
Tudo isso mostra que os investidores possuem motivos de sobra para não colocar seus recursos no país. Contudo, após as fortes perdas de ontem, os operadores aproveitaram para buscar pechinchas. E foi justamente isso que possibilitou o avanço do Ibovespa no dia, não uma melhora significativa das preocupações atuais.
54 das 91 ações do Ibovespa sobem nesta quarta
A saber, 54 das 91 ações que compõe a carteira teórica do Ibovespa encerraram o pregão no azul. Ao todo, entre compras e vendas, os papéis movimentaram R$ 24 bilhões, em linha com a média diária de 2021, de R$ 23,5 bilhões.
Entre os avanços, os mais expressivos vieram de: Braskem PNA (9,06%), JBS ON (6,22%), Usiminas PNA (6,15%), Cielo ON (4,80%), Petro Rio ON (4,20%) e Marfrig ON (4,03%). Em contrapartida, os maiores tombos foram novamente dos papéis do Banco Inter PN (-3,70%) e Inter Banco unit (-2,84%).
Vale ressaltar que esses recuos representam os temores globais com o fim dos estímulos na economia americana. Em suma, a chuva de dólares proporcionada pelo Fed desde março do ano passado por causa da pandemia escorreu, principalmente, para as ações de tecnologia. E a tendência é que a bolha estoure e impacte fortemente todos os papéis que dispararam com isso. Inclusive, os papéis do Banco Inter se incluem nessa categoria.
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