O mercado de ações do país viveu um dilema nesta terça-feira (13). Por um lado, investidores seguiram preocupados com dados do exterior. Por outro, tiveram doses de otimismo com reforma tributária interna. No meio disso, o Ibovespa conseguiu subir 0,45% e encerrou o pregão aos 128.168 pontos.
Em resumo, o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou nesta terça os dados da inflação do país em junho. A saber, o índice subiu 0,9%, superando a expectativa de economistas, que indicavam uma alta de 0,5%. Com o acréscimo do resultado, a inflação acumulada nos últimos 12 meses atinge expressivos 5,4% de alta.
Os dados preocupam os mercados, visto que inflação mais alta tende a significar também um padrão de vida mais elevado. Por isso, muitos temem que o Federal Reserve (Fed), banco central dos EUA, pare de injetar estímulos na economia norte-americana, bem como eleve os juros praticados no país antes do esperado.
Em contrapartida, o fator doméstico que mais pesou no dia girou em torno da reforma tributária, e trouxe alegria aos investidores. Em suma, promessas da continuação da isenção para fundos imobiliários animaram o mercado. Da mesma forma, a possível desoneração de empresas, que podem pagar menos impostos, ajudou a impulsionar o Ibovespa.
Vale ressaltar que o anúncio da nova parte da reforma tributária não agradou os investidores. Isso ocorreu porque a equipe econômica do governo havia proposto, entre outras coisas, ao fim da isenção de dividendos sobre os lucros distribuídos a acionistas, especialmente os de grandes companhias que estão na bolsa brasileira. E tudo o que os investidores querem é ganhar ainda mais dinheiro, sem precisar pagar impostos por isso.
50 das 84 ações do Ibovespa sobem nesta terça
Em meio a estas notícias, o bom humor com os novos rumos internos pesaram mais e fizeram o Ibovespa fechar o dia no azul. A saber, 50 das 84 ações que compõem a carteira do índice tiveram ganhos na sessão. Ao todo, entre compras e vendas, movimentaram R$ 18 bilhões, volume bem abaixo da média diária de 2021, de R$ 24 bilhões.
E dentre os muitos avanços, os mais expressivos vieram de: Hypera ON (6,36%), Cia Hering ON (5,56%), JHSF ON (3,16%), Multiplan ON (2,86%) e Bradespar PN (2,85%). O destaque ficou com a Hypera após a companhia fechar acordo de US$ 190 milhões com a Sanofi.
Por fim, do lado de baixo da tabela, com as quedas mais intensas, ficaram: Embraer ON (-2,94%), Cemig PN (-2,06%), Banco Inter unit (-2,05%), Equatorial ON (-1,83%) e Suzano ON (-1,62%). Nesse caso, a realização de lucros derrubou os números da Embraer, após salto de mais de 8% na véspera.
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