O Ibovespa está operando no vermelho nesta terça-feira (16). O principal índice acionário da bolsa de valores brasileira reflete as preocupações dos investidores com as questões políticas e fiscais do Brasil. Além disso, também há bastante expectativa sobre as definições da política monetária interna e dos Estados Unidos.
Nesta terça, por volta das 11h20, o Ibovespa caía 0,34%, aos 114.464 pontos. Mais cedo, o índice operava perto da estabilidade, mas teve um recuo maior devido aos acontecimentos do dia. Em primeiro lugar, há muita repercussão em torno da “super quarta”. Em resumo, muitos investidores estão aguardando ansiosamente pelo dia de amanhã (17), data em que tanto o Brasil quanto os Estados Unidos devem definir suas políticas monetárias. Espera-se uma elevação da taxa básica de juros do Brasil, a taxa Selic, que passou 2020 em sua mínima histórica (2,0%).
Também vale ressaltar todos desdobramentos envolvendo a saída de Eduardo Pazuello do cargo de Ministro da Saúde do governo Bolsonaro. Aliás, o médico Marcelo Queiroga já foi anunciado como seu substituto. A propósito, o médico é o quarto ministro a assumir a pasta da saúde no governo apenas durante a pandemia da Covid-19. E isso aconteceu justamente por divergências dos antigos ministros com o presidente em relação às formas de enfrentar a pandemia.
Ibovespa recua puxado por cenário interno
No cenário interno, a crise sanitária preocupa cada vez mais os investidores, devido aos recorrentes recordes superados de casos e mortes provocados pela Covid-19. Em suma, a vacinação continua andando num ritmo muito mais lento que o desejado. Diversos estados estão com seus sistemas de saúde entrando em colapso, com pessoas morrendo em filas de espera por uma vaga em hospitais.
Nesta terça, a divulgação do Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) deu mais força às projeções de economistas, que indicam a primeira alta de juros no Brasil em 7 anos. O IGP-10 subiu 2,99% em março, puxado pela alta da gasolina.
Por fim, do cenário externo, o pacote de estímulos fiscais dos Estados Unidos de US$ 1,9 trilhão continua no radar dos investidores. Os mercados globais estão ansiosos por essa enxurrada de dólares, que beneficiará não só a economia dos EUA, mas também a de seus parceiros comerciais.
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