O Ibovespa se encaminhava para mais um dia no vermelho, mas os ventos vindos de Brasília mudaram o resultado do pregão. Após afundar 3,78% na véspera (8), maior queda diária em seis meses, o índice fechou a sessão desta quinta-feira (9) em alta de 1,72%, aos 115.360 pontos.
No feriado da Independência do Brasil, apoiadores do governo foram às ruas defender pautas antidemocráticas. Além disso, o presidente Jair Bolsonaro aproveitou os atos de 7 de Setembro para proferir falas golpistas, voltar a criticar ministros, governadores e prefeitos e desacreditar mais uma vez o processo eleitoral do país.
Bolsonaro também afirmou que não iria mais cumprir decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Rebatendo tais falas, o presidente do STF, ministro Luiz Fux, afirmou que “ninguém fechará a Corte”.
A tensão entre os Poderes e a defesa de uma ruptura democrática fizeram os investidores fugirem do Brasil ontem. No entanto, a nota divulgada por Bolsonaro nesta quinta amenizou a situação e foi vista como uma tentativa de pacificação entre os Poderes.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) também divulgou a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em agosto. A saber, o índice registrou a maior taxa para o mês desde 2000. Aliás, o IPCA é a inflação oficial do Brasil e afeta diretamente a busca dos investidores por ativos de risco.
Apenas 3 ações do Ibovespa caem no dia
Das 91 ações que compõem a carteira do Ibovespa, 86 subiram. A propósito, o resultado na véspera foi completamente o inverso com 86 papéis no vermelho. Ao todo, entre compras e vendas, as ações movimentaram R$ 30 bilhões, giro financeiro diário muito superior à média de 2021, de R$ 23 bilhões.
Os avanços mais expressivos vieram de: Petro Rio ON (8,32%), Weg ON (6,44%), Eletrobras ON (6,07%), Banco Inter PN (5,81%) e PDA – CBD ON (5,71%). Em contrapartida, os únicos recuos no dia foram de: Suzano Papel ON (-0,54%), Bradespar PN (-0,38%) e Vale ON (-0,36%).
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