O Ibovespa inicia a semana caindo. Pelo menos, é isso que está acontecendo até agora no pregão desta segunda-feira (8). Esse resultado difere completamente da alta firme apresentada na semana passada, quando o indicador conseguiu acumular ganhos de 4,70%. No entanto, hoje, o índice está operando no campo vermelho, puxado para baixo por causa do estresse global provocado pela alta dos rendimentos dos títulos do Tesouro americano, sem contar no avanço da pandemia da Covid-19 no Brasil.
Em resumo, os rendimentos dos Treasuries, os títulos dos Tesouro dos EUA, vêm subindo há algumas semanas. No último dia 4, Jerome Powell, o presidente do Federal Reserve (Fed), o Banco Central americano, afirmou que a inflação provavelmente não irá subir nos próximos meses. Ele também destacou que essa alta dos rendimentos era temporária e que não alteraria a política monetária do Fed, por isso os juros não devem subir, pelo menos não enquanto a economia dos Estados Unidos não mostrar fortes sinais de recuperação.
Essas falas não conseguiram acalmar os investidores, porque, nas últimas semanas, Powell fez diversas afirmações semelhantes. No entanto, apesar das repetidas declarações, os rendimentos dos Treasuries continuam subindo. Os investidores até esperavam por uma ação do Fed para tentar conter esse movimento, mas isso não aconteceu. A saber, há muita tensão por trás disso, porque a alta dos rendimentos atrai dinheiro para os títulos, em detrimento das ações que compõem as bolsas de valores, pois eles são menos arriscados, ou seja, os papéis das bolsas tendem a cair.
Este sentimento de pessimismo, presente em diversos pregões recentes, reflete no Ibovespa nesta segunda. Por volta das 11h55, o índice recuava 1,32%, a 113.678 pontos.
Fatores internos ajudam a derrubar Ibovespa
Um fato interno que também está presente no radar dos investidores é a PEC Emergencial. Em resumo, esta Proposta de Emenda à Constituição (PEC) possui o objetivo de possibilitar o retorno de parcelas do Auxílio Emergencial. A PEC não é o auxílio em si, mas sim o dispositivo para que o auxílio volte. Aliás, a PEC já passou pela aprovação do Senado, em dois turnos, e agora segue para a Câmara dos Deputados, onde também passará por dois turnos de votação, que devem ocorrer nesta semana.
A propósito, os investidores torciam para que houvesse respeito ao teto de gastos, tido como a âncora fiscal do país atualmente. Ao mesmo tempo, temiam o impacto que essas novas rodadas do benefício poderiam causar nos cofres públicos. E, claro, qual mágica precisaria ser feita para que as despesas coubessem justamente dentro do teto de gastos, sem pedaladas fiscais ou excepcionalidades.
O texto mais enxuto agradou o mercado, mas não muda a situação do Brasil, que vem sofrendo com elevação da dívida pública, principalmente para custear programas de enfrentamento à pandemia da Covid-19. Por falar nisso, o ritmo de vacinação segue a passos lentos. Em contrapartida, a pandemia avança mais a cada dia, com recordes de casos e mortes superados recorrentemente.
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