O principal índice acionário da bolsa de valores brasileira caiu 0,90% na semana passada. O resultado foi o inverso do que aconteceu na semana anterior, quando o Ibovespa acumulou ganhos firmes de 4,70%. Essa gangorra que vem acontecendo no índice mostra a volatilidade que o atinge desde fevereiro. E esta semana não deve ser diferente, visto que há notícias em evidência que tendem a impulsioná-lo, mas também há diversos fatores que o puxam pra baixo, ou seja, o resultado semanal acaba sendo imprevisível.
Nesta segunda-feira (15), por volta das 11h11, o Ibovespa subia 0,07%, aos 114.241 pontos. Mais cedo, o índice chegou a recuar quase 0,50%. Essa instabilidade acontece, principalmente, porque o mercado está com as expectativas elevadas em torno da “super quarta”. Em suma, no próximo dia 17, a política monetária, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, deve ser definida. Espera-se uma elevação da taxa básica de juros, a taxa Selic, que passou 2020 em sua mínima histórica, de 2,00%.
Agora, os economistas acreditam que a taxa deve crescer. Aliás, segundo analistas do mercado financeiro, a Selic deve encerrar o ano em 4,50%. Essa informação está presente no relatório Focus, divulgado hoje pelo Banco Central (BC). Além disso, no documento, as projeções também indicaram uma elevação de 3,98% para 4,60% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país. Enquanto isso, os economistas também elevaram as projeções para o dólar, que deve encerrar o ano cotado a R$ 5,30.
Veja o que mais puxa o Ibovespa pra baixo
Ao mesmo tempo, a saúde fiscal do Brasil continua preocupando devido aos recorrentes recordes superados de casos e mortes provocados pela Covid-19 no Brasil. Aqui, a vacinação continua avançando num ritmo muito mais lento que o desejado. Diversos estados estão com seus sistemas de saúde entrando em colapso, com pessoas morrendo em filas de espera por uma vaga em hospitais.
Na semana passada, houve a conclusão da votação da PEC Emergencial na Câmara dos Deputados. O texto-base foi preservado, apesar de pressões do presidente Jair Bolsonaro para excluir os policiais do congelamento de salários. O dispositivo estabelece mecanismos em caso de descumprimento do teto de gastos públicos, além de viabilizar o retorno do Auxílio Emergencial.
Por fim, do cenário externo, o pacote de estímulos fiscais dos Estados Unidos de US$ 1,9 trilhão continua no radar dos investidores. Os mercados globais estão ansiosos por essa enxurrada de dólares, que beneficiará não só a economia dos EUA, mas também a de seus parceiros comerciais.
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