O Ibovespa encerrou mais um mês no vermelho. Após tombar 3,94% em julho, o principal índice acionário fechou agosto em queda de 2,48%. A saber, não faltaram incentivos internacionais para o índice registrar ganhos no mês. Contudo, as crescentes e incessantes preocupações internas impediram qualquer sinal de avanço em agosto.
A saber, o Ibovespa iniciará setembro aos 118.781 pontos. Assim como ocorreu em julho, os problemas domésticos seguiram ditando os rumos do índice em agosto. E nem mesmo a forte busca por ativos de risco em todo o mundo conseguiu impulsionar o Ibovespa.
A título de comparação, os principais índices acionários dos Estados Unidos, Europa e Ásia tiveram ganhos no mês. Até mesmo o índice MSCI Emerging Markets, que mostra o desempenho de ações listadas em economias subdesenvolvidas, cresceu 1,57% em agosto. Mas tudo isso foi apenas uma realidade distante para o índice brasileiro no período.
Riscos fiscais e políticos afugentam investidores
Em resumo, o Brasil vive momentos bastante críticos. As preocupações dos investidores com a inflação elevada seguem latentes. Para tentar conter a taxa, o Banco Central (BC) aumenta cada vez mais a taxa básica de juros do país, a Selic. E essa taxa eleva os juros praticados no país, agindo para desaquecer a economia.
Ao mesmo tempo, o presidente Jair Bolsonaro vem elevando os gastos públicos para tentar ganhar votos para as eleições de 2022. O governo já envio ao Congresso a Medida Provisória do novo Bolsa Família e a PEC dos precatórios. Ambos os documentos trazem temor ao mercado.
Dessa forma, o Brasil se encontra na seguinte situação: aumento dos gastos públicos impulsiona inflação, fazendo os preços dos produtos e serviços ficarem mais caros. Enquanto isso, a elevação da Selic aumenta os juros praticados no país. Assim, a economia cresce cada vez menos, os brasileiros pagam cada vez mais e os investidores se preocupam ainda mais com a saúde fiscal do país, temendo o calote de dívidas.
Apenas 21 das 84 ações do Ibovespa sobem nesta terça
Diante dessas inúmeras preocupações, os operadores venderam suas ações no dia em vez de comprar novas. Com isso, apenas 21 dos 84 papéis do Ibovespa subiram no dia. Ao todo, entre compras e vendas, o volume financeiro diário movimentado no Ibovespa foi de R$ 22 bilhões, nível menor que a média diária de 2021, de R$ 23,5 bilhões.
Dentre os poucos avanços do dia, os mais expressivos vieram de: Brasken PNA (5,60%), Copel PNB (4,11%), Hypera ON (3,49%), B3 ON (2,70%) e Cemig PN (2,50%). Por outro lado, os maiores tombos ficaram com: Sid Nacional ON (-4,99%), Americanas ON (-4,24%), Petrobras PN (-3,92%), PDA ON (-3,54%) e CVC Brasil ON (-3,53%).
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