As desigualdades sociais por cor ou raça seguem evidentes no mercado de trabalho. A saber, a desocupação, a subutilização e a informalidade continuam atingindo mais pretos e pardos do que os brancos.
Em 2021, as taxas de desocupação foram de 11,3% para os brancos, de 16,5% para os pretos e de 16,2% para os pardos.
No ano anterior, esses percentuais foram de 11,1%, 17,4% e 15,5%, respectivamente.
Os dados são do estudo Desigualdades Sociais por Cor ou Raça no Brasil, divulgado nesta sexta-feira (11), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“As populações preta e parda representam 9,1% e 47% da população brasileira, respectivamente. Mas, nos indicadores que refletem melhores níveis de condições de vida, a participação dessas populações é mais baixa”, diz o analista do IBGE João Hallak.
Desemprego e informalidade são maiores entre pretos e pardos
Em 2021, a taxa de subutilização era de 22,5% entre os brancos, enquanto era de 32,0% entre os pretos e 33,4% entre os pardos.
“A taxa composta de subutilização considera, além da desocupação, a população subocupada por insuficiência de horas trabalhadas e quem estava na força de trabalho potencial. Entre os brancos, essa taxa era inferior às das populações preta e parda, e isso não muda conforme o nível de instrução. A distância varia um pouco, mas em todos os níveis de instrução a população branca tem uma taxa de subutilização inferior à da preta ou parda”, analisa o pesquisador.
Enquanto os brancos representavam 43,8% da força de trabalho (soma de ocupados e desocupados), os pretos eram 10,2% e os pardos, 45,0%. Mas os percentuais de pretos e pardos são mais altos entre os desocupados: 12,0% e 52,0%, respectivamente. Já os brancos eram 35,2% dos desocupados em 2021.
“Esse indicador já mostra uma desvantagem dessas populações na inserção no mercado de trabalho. As proporções das populações preta ou parda entre os desocupados e subutilizados são maiores do que elas representam na força de trabalho”, destaca Hallak.
A informalidade também atinge mais pretos e pardos do que brancos. Em 2021, a taxa de informalidade era 40,1%, mas os brancos tinham uma taxa menor, de 32,7%, e os pretos (43,4%) e pardos (47,0%), maior que a média nacional. Essa diferença acompanha toda a série do estudo.
Entre as pessoas com nível superior, os brancos recebiam 50% a mais que os pretos.
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Instrução
Quando observado o recorte por nível de instrução, a desigualdade se torna mais perceptível.
No ano passado, o rendimento médio dos ocupados brancos era de R$ 19 por hora, mas para os pretos (R$ 10,9) e pardos (R$ 11,3) esse valor era bem menor.
O estudo aponta que os rendimentos são maiores entre aqueles que têm maiores níveis de instrução, mas as diferenças por cor ou raça permanecem nesse recorte. As pessoas brancas com ensino superior completo ou mais ganharam em média 50% a mais do que as pretas e cerca de 40% a mais do que as pardas.
Ainda mais, os ocupados pretos ou pardos eram maioria (53,8%) no mercado de trabalho em 2021, mas estavam em somente 29,5% dos cargos gerenciais, enquanto os brancos ocupavam 69,0% deles.
Na classe de rendimento mais elevada, somente 14,6% dos ocupados nesses cargos eram pretos ou pardos, enquanto entre os brancos essa proporção era de 84,4%.
Fonte: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
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