O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (10) a quarta estimativa para a safra de grãos de 2022. De acordo com o levantamento, a produção nacional de grãos, cereais, leguminosas e oleaginosas deve atingir 271,9 milhões de toneladas neste ano.
A estimativa ficou novamente abaixo do prognóstico anterior do IBGE (277,1 milhões de toneladas). Apesar do recuo, o valor ainda representa um crescimento de 7,4% na comparação com a safra de 2021 (253,2 milhões de toneladas). Caso a safra brasileira de grãos alcance esse patamar neste ano, baterá um recorde histórico desde o início da pesquisa em 1975.
Aliás, o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) destaca que a soja e o milho terão papel fundamental para esse resultado. Ambos os itens terão resultados expressivos em 2022, de 131,8 milhões e 109,9 milhões de toneladas, respectivamente. Isso corresponde a uma queda de 2,3% para a soja, mas de alta de 25,2% para o milho em relação à safra de 2021.
“Essa redução na estimativa se deve à queda na safra de verão por causa, principalmente, da forte estiagem que está atingindo os estados do Sul. Isso reduziu a estimativa da soja em 4,7% em relação ao terceiro prognóstico e de 2,3% na comparação com o produzido no ano passado. Só de soja, é uma queda de 6,5 milhões de toneladas frente à estimativa do mês passado”, explicou Carlos Barradas, gerente da pesquisa.
IBGE revela mais detalhes da projeção para a safra de 2022
Embora a projeção para a soja tenha recuado, o item continua como a principal commodity do Brasil. A saber, a soja responde por 48,5% da produção total de cereais leguminosas e oleaginosas do país. Aliás, a soja, o arroz e o milho, somados, representam 93,0% da estimativa de produção de 2022, segundo o IBGE.
“Neste ano, a estimativa de produção do milho está crescendo muito por causa da segunda safra, que tem uma base de comparação muito baixa. Além disso, a semeadura da soja foi antecipada, o que deve ampliar a janela de plantio e favorecer o milho, o algodão e o sorgo”, disse Barradas.
Entre as regiões do país, apenas o Nordeste teve aumento em sua estimativa frente o prognóstico anterior do IBGE, de 1,1%. Assim, a região deve produzir 24,4 milhões de toneladas neste ano, o que corresponde a 9,0% do total do Brasil.
Por outro lado, o Sul teve o maior recuo em relação à estimativa anterior (-5,7%). A produção da região deve alcançar 80,2 milhões de toneladas (ou 29,5% do total nacional).
As projeções também caíram para o Centro-Oeste (-0,2%), que deve produzir 128,4 milhões de toneladas (ou 47,2% do total nacional) e o Norte (-2,6%), cuja produção deve chegar a 12,0 milhões de toneladas (4,4% do total). Já o Sudeste deve produzir 26,8 milhões de toneladas (9,9% do total nacional).
Por fim, vale ressaltar que o IBGE divulga mensalmente as projeções para a safra de cada ano. Por isso, todas as estimativas são passíveis de alterações no decorrer deste ano e em 2022.
Leia Mais: Fluxo de passageiros no Aeroporto de Viracopos cresce 7,9% em janeiro