O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta quinta-feira (9) a segunda estimativa para a safra de grãos de 2022. De acordo com o levantamento, a produção nacional de grãos, cereais, leguminosas e oleaginosas deve atingir 278 milhões de toneladas no ano que vem.
Isso representa um crescimento de 10,0% na comparação com a projeção para a safra deste ano, de 252,8 milhões de toneladas. Aliás, a nova projeção também supera o prognóstico anterior do IBGE (270,7 milhões de toneladas). Caso a safra brasileira de grãos alcance esse patamar, baterá um recorde histórico desde o início da pesquisa em 1975.
Aliás, o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) destaca que a soja e o milho terão papel fundamental para esse resultado. Ambos os itens terão uma supersafra em 2022, alcançando, respectivamente, 138,8 milhões e 109,4 milhões de toneladas. Isso corresponde a um aumento de 3,4% para a soja e de 24,2% para o milho em relação às projeções para este ano.
“Isso é uma recuperação na produção do milho. Em 2021, tivemos muitos problemas climáticos, principalmente na segunda safra. Como as chuvas demoraram, o plantio e a colheita da soja atrasaram, estreitando a janela de plantio da segunda safra do milho. Além disso, o clima seco prejudicou a produção”, explicou Carlos Barradas, gerente da pesquisa.
Veja o que mais vai impulsionar a safra de grãos em 2022
O IBGE também destaca a questão econômica como impulso para o resultado em 2022. Embora os custos de produção tenham ficado mais caros, os preços das commodities agrícolas cresceram ainda mais. Nesse caso, incluem-se milho, trigo, soja, entre outros itens.
Ao mesmo tempo, a valorização do dólar ante o real também ajudar a aumentar os rendimentos das produções. Em suma, os analistas projetam que o dólar encerrará 2021 cotado a R$ 5,56, cotação bem próxima a de 2022 (R$ 5,55). Isso mostra que a expectativa com um dólar muito caro seguirá por bastante tempo.
O IBGE também revelou que o aumento das produções dos seguintes itens ajudará a impulsionar o resultado em 2022: algodão herbáceo em caroço (+4,3% ou 253.505 toneladas), sorgo (12,2% ou 291.089 toneladas), feijão 1ª safra (10,7% ou 124.510 toneladas) e feijão 2ª safra (4,0% ou 40.773 toneladas).
Em contrapatida, o IBGE estima que as seguintes produções sofram queda em 2022: arroz (-4,2% ou 490.170 toneladas), feijão 3ª safra (-0,9% ou 5.210 toneladas) e trigo (-8,5% ou 666.004 toneladas).
Por fim, vale ressaltar que o IBGE divulga mensalmente as projeções para a safra de cada ano. Por isso, todas as estimativas são passíveis de alterações no decorrer deste ano e em 2022.
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