A Hurb demitiu aproximadamente 400 funcionários, o que equivalente a aproximadamente 40% do quadro de pessoas da empresa. No entanto, os ex-funcionários estão tendo problemas para receber tanto os salários que tinham direito, bem como o pagamento da rescisão. O mesmo ocorre com aqueles que ficaram, que tiveram seus salários divididos em duas partes, ato proibido pela CLT.
Na última terça-feira, a Hurb comunicou os ex-funcionários que o pagamento do salário pendente seria realizado neste sábado, junto com o pagamento da rescisão. Contudo, de acordo com informações do Estadão, colhida com 5 ex-funcionários, até então os pagamentos não foram realizados.
Procurada, a empresa disse que não irá comentar sobre processos internos, mas um e-mail enviado aos ex-funcionários afirmou que “não foi possível efetuar o pagamento”, mas não esclarece o motivo do atraso e tão pouco quando será a nova data de pagamento, afirmando apenas que na próxima semana” espera ter uma estimativa mais precisa da data de pagamento”.
Inclusive, um dos profissionais demitidos afirmou que os ex-funcionários vem organizando uma ação judicial contra a companhia. Atualmente, 180 dos cerca de 400 demitidos criaram um grupo virtual que busca discutir quais serão as medidas a serem tomadas. “Muita gente postou print das contas zeradas, postou sobre pagamento de aluguel, geladeira vazia. Muita gente postou ‘eu tenho criança pequena para alimentar, estou sem grana para ir ao supermercado”, disse um dos ex-funcionários, sobre a situação de diversos funcionários demitidos.
Hurb não responde aos e-mails dos ex-colaboradores
Uma outra funcionária disse que a empresa não vem respondendo aos e-mails relacionados ao pagamento. Ela também pretende entrar com uma ação judicial contra a Hurb. “É um absurdo. A gente sabe dos problemas da empresa, mas eles deveriam saber disso antes de fazer esse lay off. (…) Não é o que eu queria. Foi uma empresa que eu gostei muito de trabalhar. Mas tenho contas que preciso pagar”, disse.
Os pagamentos da segunda parcela do salários dos funcionários, que seria dos 68% restantes, segundo a companhia, serão realizados na próxima segunda-feira, 12 de junho. Contudo, com a notícia que o pagamento de ex-funcionários foi atrasado, cresce a preocupação entre os colaboradores que permaneceram na empresa.
A Hurb passa pela sua maior crise nos seus 12 anos de história. Nesta semana, Otávio Brissant, que havia assumido o cargo como CEO da companhia no lugar do fundador João Ricardo Mendes, renunciou ao cargo pouco mais de 40 dias em exercício da função. Com isso, o próprio fundador voltou ao cargo de CEO. Parte do time financeiro da companhia também pediu demissão com a saída de Otávio Brissant.
Além disso, o governo impediu que a empresa comercializasse pacotes com datas flexíveis, maior fonte de receita da empresa, assim como o maior ponto dos atuais problemas. Clientes relatam cancelamentos em massa de pacotes adquiridos. Os problemas são diversos, existem pacotes confirmados e, ao chegar no aeroporto, a passagem está cancelada e existem até mesmo situações em que clientes conseguem viajar, mas a reserva do hotel acaba tendo sido cancelada por falta de pagamento.