A polícia de Hong Kong prendeu mais de 50 pessoas do movimento pró-democracia. Os 53 políticos, ex-parlamentares e ativistas detidos são acusados de conspirar para derrubar o governo da China.
Cerca de mil policiais participaram da operação em 72 locais, como buscas em empresas de comunicação e escritórios de pesquisadores e advogados. A ação foi articulada com base em uma nova lei de segurança nacional aprovada em Pequim no ano passado. A legislação elevou a pena por dissidência na ex-colônia britânica para prisão perpétua.
Os presos são acusados de “subverter o poder do Estado” ao organizar ou participar de uma votação para ativistas pró-democracia em julho do ano passado. As autoridades afirmaram que o pleito não oficial para escolher candidatos da oposição nas eleições municipais era parte de um plano para “derrubar” o governo. A polícia informou que mais pessoas podem ser presas.
As prisões em massa foram as maiores desde que Hong Kong voltou ao domínio chinês em 1997 depois de ser uma colônia britânica. Na época, líderes do Partido Comunista da China prometeram que a cidade desfrutaria de liberdades civis, que não existem em outras partes do país. Como efeito, poderia ter eleições democráticas, por exemplo.
Relações entre China e Hong Kong
Mesmo antes das prisões, os defensores da democracia alertaram sobre a relação com o governo chinês. Eles disseram que a distinção entre a cidade e o continente estava se deteriorando rapidamente sob o governo do presidente Xi Jinping.
As prisões aumentam ainda mais o alarme de que Hong Kong assumiu um rumo autoritário. Os críticos dizem que a lei de segurança de junho de 2020 esmaga as amplas liberdades prometidas quando a cidade voltou ao domínio chinês. As prisões colocam a China ainda mais em rota de colisão com os Estados Unidos, no momento em que Joe Biden se prepara para assumir a presidência.
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