Mulheres em busca de emprego relatam que foram vítimas de um homem que, após oferecer as vagas para o acesso ao mercado de trabalho, passava a assediar essas pessoas. De acordo com as informações, a maioria das vítimas são jovens e vivem no Guarujá, cidade localizada no litoral de São Paulo.
Em entrevista ao portal “G1”, uma das jovens vítimas do suspeito, a autônoma Giovana da Cruz Silva, de 19 anos, disse que os assédios foram cometidos pelas redes sociais. De acordo com ela, que perdeu o emprego há pouco tempo, tudo começou quando ela fez uma publicação vendendo uma bolsa térmica, alegando que a venda estava acontecendo porque ela precisava de dinheiro.
Após ter visto a postagem, ela explica, o homem mandou uma mensagem via WhatsApp, perguntando se ela não queria arrumar um emprego na pizzaria ou adega dele. Como ficou interessada, a mulher pediu mais informações sobre o trabalho.
Segundo ela, a proposta era a seguinte: ela ganharia R$ 50 por dia e atuaria como balconista das 17h até meia-noite. “Até aí, tudo bem. Mas, quando perguntei o local, para falar com o meu marido, vi que ele [suspeito] estava muito agoniado, porque eu não respondia rápido, dizendo que, por isso, eu não queria o serviço”, contou.
De acordo com ela, por conta da estranheza da conversa, ela resolveu chamar seu marido para que ele lesse a conversa. Neste momento, o homem mudou totalmente o foco do diálogo e passou a assediar a moça – sem saber que o companheiro dela estava lendo. Ele disse: “olha, tem um jeito mais fácil de você conseguir, faz uma videochamada comigo e fica vendo eu ejacular”.
Logo depois do assédio, ela afirma que seu marido, além de bloquear o suspeito, apagou as mensagens. Todavia, Giovanna diz que foi no perfil do homem, tirou fotos e pegou mais informações sobre ele e fez uma publicação em sua rede social alertando sobre a conduta do suspeito.
“No momento que publiquei, apareceram muitas meninas relatando que passaram pelo mesmo. Que sempre ele oferecia trabalho de babá, na pizzaria ou na adega”, revela.
Outras vítimas do homem
Ainda na reportagem do “G1”, outras jovens afirmaram que foram vítimas do suspeito. Uma delas, de 20 anos, que preferiu não se identificar, disse que, após explicar sobre a vaga de trabalho, o homem ligou a câmera e apareceu completamente nu para a moça.
“Ele me perguntou se eu confiava nele, e eu disse que não tinha como saber ainda se ele era de confiança. Aí, ele perguntou se eu faria uma coisa que ele pedisse. Quando perguntei o quê, ele mandou eu atender a chamada de vídeo. Quando abri, ele estava totalmente nu”, revelou.
“Me senti muito constrangida e chateada com essa situação. Ele se aproveita da necessidade de emprego das mulheres porque as coisas estão difíceis e faz isso”, desabafou a vítima do suspeito.
Em nota, a Polícia Civil revelou que recebeu duas denúncias formais sobre o caso e já está investigando o homem. Nas redes sociais, as vítimas criaram uma rede de apoio via WhatsApp, para se juntarem e denunciarem o ocorrido. No grupo, existem até mesmo pessoas menores de idade.
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