O Presbitério da Igreja Presbiteriana de Santos, no litoral de São Paulo, saiu em defesa do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro nesta segunda-feira (27). Em nota, a entidade, da qual o ex-chefe do Ministério da Educação (MEC) faz parte, comentou sobre a prisão de Milton Ribeiro, dizendo que ele é um “homem de família”.
No comunicado, o presbitério comparou o caso de Milton Ribeiro à passagem bíblica de quando Jesus se manteve em silêncio ao ser preso e levado a Pôncio Pilatos. De acordo com a bíblia, Jesus teria passado por flagelos e zombarias e mesmo assim se mantido em silêncio sob as falsas acusações.
Na nota, a Igreja ressalta as virtudes de Milton Ribeiro e ainda diz que o caso causou comoção. “Recentemente, ficamos imensamente comovidos, quando um dos nossos membros e presidente desta organização religiosa, o reverendo Milton Ribeiro, teve sua prisão preventiva decretada e executada”, diz o comunicado.
Ainda na nota, a entidade orienta aos conselhos das igrejas e aos pastores que seja mantida “a ordem e o respeito entre a membresia e usem de bom-senso e de cordialidade no trato dessa questão”.
“Temos plena certeza e esperança de que as provas do processo se apresentarão, na devida instância, favoráveis à inocência do reverendo Milton Ribeiro, como também oportunizará que noticiemos que seu serviço na gestão do MEC contribuiu significativamente para a promoção da educação da Nação”, afirmou.
O ex-ministro foi preso porque é suspeito de corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência. As investigações sobre esses eventuais crimes começaram após um áudio divulgado pelo jornal “Folha de S.Paulo” revelar Milton Ribeiro falando que havia recebido um pedido do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Esse pedido seria no sentido de que a liberação de verbas da pasta deveria ser direcionada para prefeituras específicas a partir da negociação feita por dois pastores evangélicos: Gilmar Santos e Arilton Moura, que também foram presos.
Apesar das suspeitas e da alegação do juiz Renato Borelli de que a prisão preventiva era necessária, pois medidas cautelares a serem aplicadas aos investigados seriam “inadequadas e insuficientes”, um desembargador mandou Milton Ribeiro e os demais capturadores serem soltos nesta quinta.
De acordo com Ney Bello, desembargador do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), Milton Ribeiro deve ser solto porque não integra mais o governo e os fatos investigados não são atuais. “Há ausência de contemporaneidade entre os fatos investigados”, afirmou.
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