A pandemia da Covid-19 alterou de maneira intensa as relações de trabalho em todo o mundo. A flexibilização em relação ao local de trabalho já se mostrava uma realidade em crescente expansão. No entanto, a crise sanitária impulsionou ainda mais a realização remota das atividades laborais.
A saber, um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) confirma justamente essa realidade. De acordo com o Ipea, 11% da população ocupada e não afastada dos seus trabalhos estiveram em home office no ano passado. Isso quer dizer que 8,2 milhões de pessoas, das 74 milhões ocupadas no país, acabaram atingidas pelo trabalho remoto em 2020.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o home office havia batido recorde no Brasil em 2018, atingindo 3,8 milhões de pessoas. Dois anos depois, com uma pandemia no meio, esse número cresceu em mais de duas vezes. Em resumo, o distanciamento social, incentivado pelos governos para impedir a disseminação do novo coronavírus, impulsionou o trabalho remoto.
Confirma mais detalhes do trabalho remoto em 2020
Além destes dados, o Ipea mostrou que 56,1% dos trabalhadores em home office eram mulheres, enquanto 65,6% eram brancos. Outro dados ainda mais expressivo mostrou que 74,6% possuíam escolaridade de nível superior completo, o que representa três em cada quatro pessoas em trabalho remoto.
Ao mesmo tempo, o home office também atingiu principalmente os trabalhadores do setor privado (63,9%), enquanto 31,8% do total estavam na faixa de 30 a 39 anos. Esta foi a principal faixa etária no país que trabalhou de maneira remota no ano passado.
“Nas três esferas da administração pública, em média, 40,7% das pessoas empregadas no âmbito federal, 37,1% no âmbito estadual e 21,9% no âmbito municipal estavam em trabalho remoto. Mas os pesquisadores observaram um baixo contingente de profissionais de saúde e de segurança pública nesta situação”, disse o Ipea.
Por fim, a região Sudeste concentrou a maior parte dos trabalhadores em home office no país em 2020. Em suma, 4,7 milhões de pessoas em trabalho remoto no país eram do Sudeste, o que representa 58,2% dos 8,2 milhões. Já os percentuais das outras regiões foram os seguintes: Nordeste (16,3%), Sul (14,5%), Centro-Oeste (7,7%) e Norte (3,3%).
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