A 1ª Vara do Juizado Especial Cível de São Paulo decidiu penhorar um imóvel do ex-ministro Ciro Gomes (PDT) para realizar o pagamento de uma indenização por danos morais ao vereador Fernando Holiday (Republicanos). A juíza Lígia Dal Colleto Bueno pediu a análise do imóvel por um trio de corretores imobiliários para definir o valor do imóvel.
A casa de Ciro Gomes que foi escolhida para penhora fica localizada em Sobral (CE), sendo uma herança deixada pela mãe de Ciro. A justiça havia condenado, em primeira instância, pelo Tribunal de Justiça de São Paull (TJSP) em fevereiro de 2019 a realizar o pagamento de, inicialmente, R$38 mil.
Relembre a polêmica entre Ciro Gomes e Holiday
Em junho de 2018, durante uma sabatina na rádio Jovem Pan, Ciro Gomes disse, sem ser perguntado, que Fernando Holiday era um “capitãozinho-do-mato”, afirmando que “a pior coisa que tem é um negro que é usado pelo preconceito para estigmatizar, que era o capitão-do-mato no passado, não há a menor chance da gente superar essas contradições sem violentar determinados princípios”.
De acordo com a defesa de Fernando Holiday, o valor corrigido do processo é de R$98.723,23, considerando atualização do valor pela inflação, juros e multa. Em janeiro de 2020, o TJ-SP chegou a determinar a penhora de um carro de luxo de Ciro Gomes pelo mesmo motivo.
Fernando Holiday chegou a comentar sobre o fato na época, classificando a fala de Ciro Gomes como “racismo putrefato”, através de suas redes sociais. “Quando Ciro Gomes me ofendeu de forma racista no meio da campanha presidencial de 2018, pensou que eu fosse esquecer como tantos fizeram ao processá-lo. Hoje, ele perde um carro, mas valor algum pagará o racismo putrefato que a esquerda brasileira se utiliza e Ciro personifica”, afirmou Holiday em seu Twitter.
Holiday sofreu ataque racista em seu e-mail
No final de janeiro, o vereador do partido novo recebeu uma ameaça de morte em seu e-mail por ser negro e homossexual. Ele publicou o ataque em suas redes sociais, jogando a culpa na “extrema-esquerda petista”, afirmando que já estava acionando a polícia para lidar com o caso.
Contudo, pouco tempo depois, o vereador foi desmentido, dado que quem o atacou foi uma pessoa de extrema-direita. Atualmente, Fernando Holiday é filiado ao Novo, mas iniciou seus primeiros passos na política no MBL (Movimento Brasil Livre).
Inclusive, em declarações recentes, Fernando Holiday afirmou que seu ex-partido se tornou um movimento mais direcionado para esquerda, criticando, inclusive, a postura de Kim Kataguiri, líder do grupo. “O MBL não é mais um movimento de direita”, disse.
“Ele é uma centro esquerda (sobre Kim Kataguiri) assim como o MBL se tornou uma centro esquerda”, completou. Ainda, segundo ele, Kim Kataguiri não entendeu o “processo de apoiar Bolsonaro em 2022”, justificando que quem mudou ao longo dos últimos quatro anos não foi o Holiday, mas sim o próprio líder do MBL e que os interesses pessoais do MBL interessam mais que os nacionais.