Um haitiano que vive nos Estados Unidos foi preso acusado de ser a pessoa que contratou parte dos colombianos suspeitos de assassinar o presidente do país, Jovenel Moise. De acordo com o diretor-geral da Polícia Nacional, Léon Charles, Emmanuel Sanon, de 63 anos, “entrou no Haiti a bordo de um avião particular com objetivos políticos”.
Emmanuel Sanon se diz médico e, nas redes sociais, costuma publicar vídeos sobre a política no Haiti. De acordo com o diretor-geral da Polícia Nacional do país, o suspeito chegou ao Haiti em junho. Na ocasião, ele estaria acompanhado de colombianos contratados para fazer a sua segurança.
Todavia, ainda de acordo com o diretor-geral da Polícia Nacional do Haiti, “a missão foi alterada”. “A missão era deter o presidente da República, e daí se montou a operação”, disse Léon Charles.
A polícia teria chegado até o suspeito depois de ter interrogado os colombianos, que foram contratados por meio de uma empresa de segurança venezuelana chamada CTU, que tem sede na Flórida, no Estados Unidos.
“Quando nós, a polícia, bloqueamos o avanço desses bandidos depois de terem cometido seu crime, a primeira pessoa para quem um dos agressores ligou foi Emmanuel Sanon”, detalhou Léon Charles.
Após ter recebido a ligação, Emmanuel Sanon teria entrado em contato com duas pessoas consideradas autores intelectuais do assassinato do presidente Jovenel Moise. Essas pessoas não tiveram suas identidades reveladas.
Participantes da execução
Conforme as investigações, ao menos 29 pessoas participaram do crime: 26 colombianos, e dois americanos de origem haitiana e também Emmanuel Sanon.
De acordo com o governo da Colômbia, parte dos suspeitos são militares da reserva e, por isso, o país enviou o chefe do diretório nacional de inteligência e o diretor de inteligência da Polícia Nacional do país para o Haiti, para ajudar nas investigações.
A morte do presidente do Haiti
Jovenel Moise, de 53 anos, foi morto em um ataque a tiros em sua casa, na capital Porto Príncipe. Além dele, sua mulher, a primeira-dama, Martine Moise, de 47 anos, também foi assassinada. Ela levou um tiro, foi hospitalizada, mas não resistiu ao ferimento e faleceu horas depois.
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