O petista Fernando Haddad falou, nesta sexta-feira (25), com empresários do setor financeiro. Em geral, o candidato ao Ministério da Economia não agradou os presentes e, com isso, perde ainda mais chance de ocupar a pasta. Além disso, por conta da entrevista, o dia foi marcado por perdas no Ibovespa, com os investidores internacionais fugindo da incerteza de investir no Brasil neste momento.
Especialistas dizem que Haddad não deve ocupar a liderança do Ministério da Economia. O nome que ocupará o cargo ainda é bastante incerto e vem gerando atritos fortes entre o governo de Lula e os grandes investidores do país. Nessa sexta-feira, 25, a bolsa caiu 2,55%.
Haddad falou, mas não convenceu
O nome de Fernando Haddad vem ganhando cada vez mais força para ocupar o cargo de Ministério da Economia. Contudo, especialistas dizem que, depois desta sexta, o nome perde força. Isso porque o petista falou com banqueiros em um evento da Febraban. Dentre os diversos assuntos, o paulista não convenceu em pautas importantes, como a Reforma Tributária, que revê os impostos do país.
Em sua fala, Haddad não foi a fundo no tema da tributação e também não tocou em pontos importantes, como o teto de gastos e o rombo fiscal que o atual governo deixará para o próximo ano. Segundo um banqueiro, que falou ao Estadão, a fala do petista foi vaga e não deu sinais claros. Outra pessoa presente na palestra disse que “o mercado está no escuro”. Isso quer dizer que o país, enquanto não definir um nome para liderar a pasta, seguirá tendo problemas na bolsa de valores, além de dificuldade para criar empregos até o final do ano.
O fim do ano ainda pode ser marcado pela alta da inflação na economia. Isso porque a indefinição para o Ministério da Economia, com ou sem Haddad, gera uma alta do dólar, que se reflete como aumento de preços nos supermercados.
Haddad faria “dobradinha” com outro economista
Segundo alguns especialistas e fontes do governo, o nome de Fernando Haddad vem ganhando cada vez mais força para ocupar o cargo de ministro da Economia. Contudo, o mercado financeiro é claramente contra a nomeação do petista. Por outro lado, Lula teria uma solução para evitar um grande choque, caso a nomeação do paulista se concretize.
Especialistas acreditam que, se Haddad ocupar o Ministério da Economia, a pasta seria dividida. Com isso, passaria a ser o Ministério da Fazenda e o Ministério do Planejamento. Assim, Haddad ficaria com a Fazenda, ao passo que o Planejamento ficaria sob a responsabilidade de Pérsio Arida. Arida é um dos criadores do real e um dos grandes economistas da história recente do Brasil.
Essa “dobradinha” com Haddad teria o objetivo de diminuir a rejeição do mercado e facilitar a gestão do país. Apesar disso, o peso do cargo é grande. Isso porque é ele que define os rumos do país em assuntos importantes, como reformas, privatizações, benefícios sociais, entre outros.