Os ministros da Fazenda e do Meio Ambiente, Fernando Haddad e Marina Silva, estarão em Davos para representar o Brasil no Fórum Econômico Mundial. A pauta da vez, ligada ao país, são os resultados eleitorais, o desafio da sustentabilidade no Brasil e os acontecimentos do último dia 8 de janeiro. Na economia, o Brasil chega ao mundo com um bom cenário de crescimento.
Isso porque as perspectivas são a de que o país tenha crescido 3% em 2022, ante projeções, no início do ano, de 1,5%. Haddad, que lidera a pasta responsável por fazer o país crescer, tem a missão de reabrir a economia brasileira para o mundo.
Brasil com os olhares do mundo
O Brasil ganhou as manchetes mundiais na última semana com as manifestações em Brasília, ocorridas em 8 de janeiro. Nos últimos dias, o Governo Federal vem se empenhando em punir as pessoas que invadiram e depredaram as sedes dos três poderes na capital federal. Ontem, Anderson Torres, ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, foi preso.
Além disso, são mais de 1.500 pessoas presas em decorrência dos atos. O STF ainda apura se há financiadores privados dos atos e também a participação do ex-presidente, Jair Bolsonaro. Ontem, para a Globo, Bolsonaro disse que “repudia qualquer ato de vandalismo” e chamou os protestos em Brasília de “manifestações sociais espontâneas”. Fazendo parte da capa de grandes jornais do mundo, como o The Wall Street Journal, Le Monde, entre outros, Haddad e Marina têm a missão de tranquilizar os políticos e investidores internacionais.
Para a economia, Haddad encontrará um mundo à beira da recessão, conforme preveem economistas dos grandes bancos mundiais. Atualmente, o Brasil tem a segunda menor inflação da América do Sul. O índice também ficou abaixo de países importantes, como os Estados Unidos, Reino Unido e toda a União Europeia.
Contudo, a missão de Marina Silva parece ser ainda mais desafiadora.
Marina Silva tem missão maior que a de Haddad
Analistas em relações internacionais dizem que a missão de Marina Silva é ainda maior que a de Haddad. Isso porque o desmatamento nos últimos 4 anos tem sido o principal entrave da economia brasileira no comércio mundial. Além disso, a ministra precisará detalhar como fará para diminuir o desmatamento na Amazônia, sem afeta o crescimento do país.
Na visão da ministra, desmatamento e desenvolvimento econômico não possuem relação. Em entrevistas anteriores, ela mesma disse que, quando foi ministra desta mesma pasta, o país cresceu com baixas taxas de desmatamento. Além disso, especialistas dizem que a união de Haddad e Marina Silva é uma grande representatividade de tudo aquilo que o novo governo quer passar ao mundo.
Haddad chegará a Davos no dia 16, segunda-feira, e participará de encontros nos dias 17 e 18. Já Marina Silva participa de encontros nos dias 18 e 19. Ainda, o ministro da Fazenda falará ao mundo sobre o pacote fiscal anunciado nesta semana, o novo arcabouço fiscal e a reforma tributária, segundo apurou a CNN. Por outro lado, Marina Silva falará de mudanças climáticas e sobre a Amazônia.