O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), concedeu nesta segunda-feira (10) uma entrevista ao podcast O Assunto. Foram abordados diversos assuntos, entre eles, a eleição do ano passado, vencida pelo atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foi a disputa presidencial mais apertada da história da democracia brasileira. Dessa forma, Fernando Haddad, comentou sobre os bastidores que precederam as eleições.
Segundo Haddad, ele foi uma das poucas pessoas que chegaram a aconselhar Lula sobre fazer uma frente ampla. Além disso, para Haddad, caso a frente ampla não fosse adotada, o então candidato a presidente poderia perder para Jair Bolsonaro (PL), que buscava ser reeleito.
“Você está falando com uma das poucas pessoas que talvez tenha sido das poucas, que disse para o Lula textualmente: ‘Você pode perder essa eleição’. Nós temos que ampliar, senão corremos o risco de perder. É muito dinheiro sendo despejado nessa eleição como nunca se viu, e isso vai ter algum impacto, de dois, 3% do eleitorado, o que pode ser suficiente para tornar o resultado imprevisível”, disse Haddad, em entrevista ao podcast O Assunto.
Para Haddad, se eleições ocorressem hoje, a disputa não seria apertada
Segundo o ministro da Fazenda, a atual gestão vem criando um legado na economia brasileira, atraindo investimentos e aprovando reformas. Nesse sentido, a principal reforma em pauta é a tributária, já aprovada na Câmara dos Deputados e agora aguarda aprovação do Senado. Diante deste cenário, Haddad entende que as eleições não seriam tão apertadas caso ocorressem hoje.
“Dado esse pressuposto, a mesma pessoa está te dizendo: ‘Se a eleição fosse hoje, ela não seria tão apertada quanto foi em outubro do ano passado. Tenho certeza que se fizesse uma pesquisa hoje, em quem você votaria se a eleição fosse hoje, o presidente Lula ganharia com uma margem maior. Não extraordinária na minha opinião, mas maior”, disse Haddad.
Ministro também elogiou governador de São Paulo
Além de comentar sobre as eleições do ano passado, Fernando Haddad também aproveitou a entrevista para elogiar a postura do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas. Nesse sentido, na opinião do ministro, o governador vem tendo boa postura desde a campanha para o governo de São Paulo até as negociações para a reforma tributária.
Segundo Haddad, a contrariedade do governo em relação à centralização da arrecadação foi o ponto-chave para discutir o tema. Além disso, ele entende que também que a contrariedade do governador foi fundamental para encontrar uma solução que atendesse às demandas.
“Nós já fizemos uma campanha propositiva, de nível, não teve baixaria. O Brasil precisa disso, de política com P maiúsculo, disse, lembrando que Tarcísio fez uma campanha propositiva, com fair play e sem caneladas”, comentou Haddad.