O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, celebrou o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, no mês de junho. De acordo com os dados divulgados nesta terça-feira (11/7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país registrou deflação de 0,08% no mês passado. Foi a menor variação para o mês de junho desde 2017, quando houve deflação de 0,23%.
É também a primeira deflação em nove meses, desde setembro do ano passado, no auge do período eleitoral. Segundo o ministro, a situação já era o esperada. “O Brasil hoje está na melhor situação possível, e nós temos tudo para começar um ciclo novo de desenvolvimento, insisto nisso já há alguns meses. Eu espero que a gente tenha mais boas notícias a partir de agosto”, disse Haddad.
Entenda o que é deflação
Deflação é a queda generalizada de preços de produtos e serviços, de forma contínua. Esta foi a primeira queda de preços na base mensal em 2023, segundo os dados do IBGE.
O resultado consolida a aposta do mercado de que o Banco Central (BC) deve mesmo iniciar o ciclo de queda da taxa básica de juros (Selic) a partir da próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
O colegiado se reúne em 1º e 2 de agosto. Há um consenso no mercado de que a Selic, atualmente em 13,75% ao ano, será reduzida — só não se sabe em quanto.
Em setembro de 2022, o IPCA teve deflação de 0,29%, impulsionada por cortes de impostos às vésperas do primeiro turno das eleições no Brasil.
O resultado de junho confirma a desaceleração da inflação nos últimos meses. Em maio, o IPCA ficou em 0,23%; em abril, em 0,61%; em março, em 0,71%; em fevereiro, em 0,84%.
No acumulado de 12 meses até junho, a inflação oficial do país foi de 3,16%. Trata-se do menor nível da inflação anual desde outubro de 2020.
O resultado veio em linha com as estimativas dos analistas. O consenso Refinitiv, que reúne as principais projeções do mercado, previa deflação de 0,1% em junho e inflação de 3,17% no acumulado de 12 meses.