Nesta sexta-feira (09), o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou Fernando Haddad como Ministro da Fazenda em sua gestão. O anúncio vem após um longo período de teste nesta transição, em que o nome de Haddad foi bem questionado pelo mercado financeiro.
Logo após o anúncio do presidente, a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) deu os parabéns a Haddad.
Segundo uma nota da Febraban, o presidente da instituição, diz que Haddad é um ótimo conciliador e uma pessoa forte em estabelecer diálogos, além de assumir a responsabilidade fiscal do país.
A instituição ainda desejou “sucesso” a Haddad e aos demais nomes indicados hoje: Rui Costa para a Casa Civil, José Múcio para Defesa, Flavio Dino para Justiça e Mauro Vieira no Itamaraty.
Conheça a história de Haddad
Amigo pessoal de Lula, Fernando Haddad é filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) desde 1983. O seu primeiro cargo político aconteceu em 2001, quando assumiu a subsecretaria de finanças do estado de São Paulo.
Posterior a isso, participou, durante um ano, da equipe do Ministério do Planejamento liderado por Guido Mantega entre 2003 e 2004.
Fernando Haddad deu seguimento em sua trajetória ao assumir o cargo de secretário-executivo do Ministério da Educação (2004 -2005) no primeiro governo Lula e ganhou projeção nacional quando assumiu o cargo de ministro, entre 29 de julho de 2005 e 24 de janeiro de 2012 (governos Lula e Dilma).
Em sua gestão, o governo federal lançou o ProUni, expandiu o Fies e criou o Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica).
Mas nem só de vitória viveu Haddad. Sua primeira candidatura oficial ocorreu em 2012, quando venceu José Serra (PSDB) na disputa pela Prefeitura de São Paulo, mas perdeu a reeleição no primeiro turno em 2016 para João Dória (PSDB).
Além disso, em 2018, Haddad substituiu a candidatura de Lula para a presidência da República. Nisso, Haddad até chegou ao segundo turno daquela eleição, porém foi derrotado por Jair Bolsonaro.
Uma nova chance
Desde a vitória das eleições de Lula, o nome de Fernando Haddad vem sendo vinculado para a pasta da economia, principalmente, após o presidente eleito convidá-lo a participar de evento da Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
Na ocasião, disse que a reforma tributária e a melhoria na qualidade dos gastos estarão entre as prioridades de Lula a partir de 2023. Ele acrescentou que, em uma segunda etapa, o governo também deve tratar de tributação de renda e patrimônio.
Nesse sentido, o nome de Fernando Haddad não foi bem visto pelo mercado financeiro, pois o considera um nome controverso para o cargo, já que a indústria financeira preferia um técnico sem filiação petista no comando da economia, mas Lula vinha sinalizando desde o ano passado preferir um político no Ministério da Fazenda para negociar com o Congresso, dada a difícil situação das contas públicas no pós do governo de Jair Bolsonaro (PL).