Nesta segunda-feira (8), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), anunciou dois novos diretores para o Banco Central. Para a Diretoria de Política Monetária do BC (Banco Central), o ministro indicou o secretário-executivo do ministério, Gabriel Galípolo, argumentando que o auxiliar é um “nome de confiança” do mercado financeiro. Já para a Diretoria de Fiscalização, o nome anunciado foi o de Ailton de Aquino Santos, servidor de carreira do próprio Bacen.
“A 1ª vez que eu ouvi o nome do Galípolo para o Banco Central partiu do Roberto Campos Neto. Eu estava no G20, na Índia, fomos almoçar junto e foi a 1ª pessoa que mencionou a possibilidade do Galípolo para o Banco Central no sentido de entrosar as equipes do BC e da Fazenda”, disse Haddad, em entrevista concedida a jornalistas. Um outro ponto é que Haddad afirmou que “não queria abrir mão” de Galípolo.
Ao responder sobre um questionamento de que o nome do secretário não seria bem aceito pelo mercado financeiro, Haddad disse: “O Galípolo foi presidente do banco, é conhecido dos economistas, trabalha comigo já há muitos meses. É coparticipe, coautor de todas as políticas públicas que estão sendo endereçadas ao Congresso Nacional.”
Em relação às indicações, Haddad afirmou que elas seguem no caminho de “entrosamento das políticas fiscal e monetária”. “Todo mundo é testemunha do esforço que vem sendo feito no sentido de permitir uma coordenação maior das políticas fiscal e monetária, no sentido de integrar mais e de dar uma perspectiva uniforme para o país, um direcionamento único”, apontou Haddad.
Indicações de Haddad ainda precisam ser aprovadas e miram presidência da instituição
Para que as indicações do ministro da Fazenda sejam efetivamente concluídas, é necessário que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) precisa encaminhar os nomes para que sejam aprovados pelo Senado Federal. No entanto, Haddad afirmou que o presidente já aprovou os nomes. “O presidente Lula chancelou a indicação dos 2 nomes”, argumentou. “Imagino que as indicações de Galípolo e Ailton dos Santos sejam rapidamente encaminhadas à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Espero tramitação tranquila e sem resistências”, completou o ministro.
Um dos motivos da indicação de Galípolo para a Diretoria de Política Monetária do Banco Central é que o secretário é tratado como “nome dos sonhos” do governo para substituir Campos Neto, atual presidente do Banco Central, que tem mandato até 31 de dezembro de 2024. É importante lembrar que o governo federal e o Banco Central vem realizando diversos embates devido à manutenção da alta taxa de juros (Selic) pelo BC.
No entanto, para Haddad, a indicação deve favorecer uma convergência entra a política monetária do Banco Central e a política fiscal do governo federal. “Nós estamos nos reunindo permanentemente com as equipes do Banco Central. E eu entendo que esse movimento vai fortalecer ainda mais a aproximação nessa direção, de buscar a convergência da política econômica, para oferecer ao país as condições de crescer com inflação baixa”, apontou o ministro.