Os brasileiros continuam sofrendo com os impactos da guerra na Ucrânia. Desde o início do conflito no leste europeu, o preço do pão francês subiu de 12% a 20% no país, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Panificação e Confeitaria. E essa alta pode durar mais tempo que o esperado.
Em resumo, o preço internacional do trigo acumula um forte avanço de 56,2% nos últimos 12 meses. Em maio, o cereal ficou 5,6% mais caro, pressionado pela suspensão das exportações do produto na Índia, que sofreu em maio com uma forte onda de calor.
Esse cenário agravou a oferta de trigo no mundo, que já estava bastante afetada pela guerra entre Rússia e Ucrânia. A saber, os países respondem por cerca de 30% de todo o comércio mundial de trigo. Contudo, os confrontos estão limitando a produção e as exportações do cereal destes países.
Por isso, os brasileiros devem preparar os bolsos, pois os preços podem subir ainda mais nas próximas semanas. Em suma, não há expectativas para o fim da guerra no curto prazo. Aliás, os preços de diversos itens, que dispararam após o início do conflito, deverão seguir elevados por algum tempo, mesmo com o fim da guerra.
Outros itens pressionam o preço do pão francês
Desde o início da invasão russa à Ucrânia, vários produtos ficaram mais caros, em especial as commodities. Nesse caso, destaca-se o petróleo, do qual o diesel e a gasolina são derivados. Como o barril de petróleo disparou em março, e continua em patamar elevado até hoje, os combustíveis também dispararam no mundo, inclusive no Brasil.
Em outras palavras, as padarias e panificadoras do país sofrem com estes preços elevados, que encarecem o transporte da farinha de trigo. Além disso, a conta de luz no país seguiu com bandeira escassez hídrica até meados de abril, quando passou para a bandeira verde. Apesar do fim da cobrança extra, o valor da conta de luz ainda é muito caro no país.
Ao mesmo tempo, há o gás de cozinha, que acumula uma alta expressiva de cerca de 32% nos últimos 12 meses. Em síntese, tudo isso aumenta os custos de produção, que acabam encarecendo o preço do pão francês.
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