A guerra entre Rússia e Ucrânia teve início em 24 de fevereiro. Os conflitos estão afetando todo o planeta, uma vez que o comércio global é interligado e as consequências da guerra afetam-no diretamente. E um dos principais impactos provocados pelos conflitos é a inflação global cada vez mais alta.
Em resumo, os preços de diversos bens e serviços já vinham apresentando taxas bastante elevadas nos últimos tempos devido à pandemia da Covid-19. Com a invasão da Rússia à Ucrânia, a situação se agravou. Há um desequilíbrio da oferta, que provoca uma desestabilização dos mercados internacionais.
A saber, os preços das commodities dispararam nos últimos tempos, com destaque para o petróleo, o trigo e o milho. Estes itens têm uma importância muito grande na economia global, ou seja, a pressão dos preços está afetando inúmeras nações. E algumas das mais atingidas são as da América Latina.
De acordo com um texto publicado no blog do Fundo Monetário Internacional (FMI), há riscos “excepcionalmente altos” para as economias da América Latina e Caribe. Em suma, os economistas Ilan Goldfajn, Jorge Roldos e Santiago Acosta-Ormaechea alertam para riscos que os países da região deverão sofrer nos próximos meses.
Vale destacar que o texto do blog aponta a elevação dos juros como uma medida adotada pelos bancos centrais (BCs) para segurar a inflação. Além disso, destaca as políticas implementadas pelos governos para suprir as necessidades dos mais vulneráveis. Contudo, nada disso elimina outros riscos que deverão vir bem fortes.
Veja mais detalhes do alerta dos economistas do FMI
Segundo o texto, a escalada dos conflitos no leste europeu é um dos principais riscos para as nações latino-americanas. Outro fator que causa preocupação é a desaceleração econômica de importantes parceiros comerciais destas nações.
Os economistas ainda relataram os riscos de uma normalização da política monetária do Federal Reserve (Fed), BC dos EUA, promover um repentino aperto das condições financeiras globais. Em suma, isso dificultaria significativamente os países que tivessem uma necessidade de financiamento externo elevado.
“Mesmo antes do início da guerra, a recuperação da região após a pandemia estava perdendo ímpeto. Após uma forte retomada no último ano, o crescimento está voltando à tendência pré-pandêmica, de 2,5%”, disseram os economistas no texto.
Por fim, os economistas acreditam que a pobreza e a desigualdade continuarão como os principais desafios para os países da América Latina e Caribe. Isso deverá acontecer, porque a inflação impacta mais fortemente os pobres. Por isso, o texto afirma que os governos locais precisam focar em benefícios para este grupo da população.
“Para garantir a coesão social e reduzir o risco de episódios de descontentamento da população, os governos devem prover apoio temporário e focalizado para famílias, enquanto permitem que os preços domésticos se ajustem ao cenário exterior”, apontam os economistas.
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