O Fundo Monetário Internacional (FMI) elevou suas projeções para o crescimento da economia brasileira neste ano. De acordo com a entidade, o Produto Interno Bruto (PIB) do país deve crescer 0,8% em 2022. A saber, o resultado ficou 0,5 ponto percentual (p.p.) acima da última projeção divulgada pelo FMI, no início do ano (0,3%).
Por outro lado, o FMI reduziu as suas estimativas para 2023. Em janeiro, o organismo havia projetado um crescimento de 1,6% no próximo ano, mas agora reduziu para 1,4%. Os dados foram atualizados na edição de abril do relatório “Panorama Econômico Mundial” (WEO, na sigla em inglês) do FMI.
Em resumo, o que explica a projeção mais otimista para a economia brasileira em 2022 é a guerra entre Rússia e Ucrânia. Embora os conflitos venham causando a morte de milhares de pessoas e a elevação da inflação global, eles também estão impulsionando a economia de grandes exportadores de commodities.
Como a Rússia e a Ucrânia são dois dos maiores produtores e exportadores de commodities globais, os preços internacionais destes itens estão cada vez mais altos. E o Brasil se beneficia da situação, pois também é um grande produtor e exportador mundial de commodities.
Guerra desacelera atividade econômica global
Os conflitos no leste europeu até deverão impulsionar a economia brasileira neste ano, mas isso não se estenderá para todos os países. Na verdade, a guerra já está causando a desaceleração econômica do planeta.
Segundo o FMI, o PIB global deverá crescer 3,6% em 2022, taxa 0,8 p.p. inferior ao dado divulgado no início do ano (4,4%). Para 2023, as projeções também indicam um avanço de 3,6% da economia global, o que representa uma redução de 0,2 p.p. em relação às previsões feitas no início deste ano.
“O grave colapso na Ucrânia é resultado direto da invasão, destruição de infraestrutura e êxodo de seu povo. Na Rússia, o declínio acentuado reflete o impacto das sanções com o rompimento dos laços comerciais, a intermediação financeira doméstica bastante prejudicada e a perda de confiança”, afirmou o relatório do FMI.
“Pela natureza inédita do choque, destacamos que a incerteza em torno dessas projeções é considerável, muito além do intervalo usual. O crescimento pode desacelerar significativamente mais, enquanto a inflação pode ficar mais alta do que o esperado se, por exemplo, as sanções destinadas a acabar com a guerra se estenderem a um volume ainda maior de energia russa e outras exportações”, acrescentou a entidade.
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