O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira (3) que o país atravessa o “pior da inflação”. No entanto, ele afirmou que a taxa inflacionária do Brasil deve cair nos próximos meses, acumulando avanço de 7% em 2021. Já para o ano que vem, a projeção do ministro é que a inflação no país fique em 4% entre janeiro e dezembro.
“Eu imagino que o pior da inflação nós estamos atravessando agora. Daqui para frente, a taxa deve começar a cair lentamente. Está agora em 8,8%, 8,9%, quase batendo os 9%. A gente espera que esse ano feche lá em torno dos 7%, já descendo”, disse Guedes em evento transmitido pela internet. “Chegar em torno de 4% no final do ano que vem, é o que nós estamos tentando”, acrescentou.
A saber, a taxa da inflação é determinada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para 2021, o órgão definiu a meta em 3,75%, quase metade da estimativa de Guedes para o ano. Além disso, o CMN define um intervalo de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo. Dessa forma, a inflação em 2021 pode variar de 2,25% a 5,25%, que não extrapolará o limite superior da meta.
Crise energética impulsiona a inflação em 2021
De acordo com Guedes, o governo vem trabalhando ao lado do Banco Central (BC) para tentar conter a inflação. Aliás, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que o banco trabalha para minimizar os reflexos das elevações da inflação para a população.
Guedes destacou que a crise energética que o país enfrenta dificulta a tarefa de controlar a inflação. A propósito, o Brasil sofre com a pior crise hídrica dos últimos 91 anos, com reservatórios em níveis alarmantes. Por falar nisso, reservatórios do Sudeste e do Centro-Oeste, responsáveis pela geração de 70% da energia do país, estão com apenas 23% dos seus volumes, que devem cair para 10% da capacidade em novembro.
Vale destacar que o governo publicou um decreto na semana passada para a redução do consumo de energia por parte dos órgãos públicos federais. Além disso, anunciou na última terça-feira (31) as regras para o programa de redução voluntária do consumo de energia pelos consumidores comuns. Tudo para que apagões não ocorram no país nos últimos meses de 2021.