O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse na última sexta-feira (10) que o “barulho político” em torno dos atos de 7 de Setembro atrapalham a economia. Na verdade, o ministro afirmou que toda a repercussão sobre a “celebração pacífica da democracia” poderá afetar a recuperação econômica do Brasil.
“A pergunta é se poderia todo esse barulho sobre instituições e democracia atrapalhar essa bem posicionada economia. Minha resposta é: isso poderia gerar muito barulho, isso poderia desacelerar o crescimento, mas não mudaremos a direção. Interrompemos a rota errada. Estamos de volta aos negócios”, disse, em evento transmitido pela internet.
Em resumo, milhares de apoiadores do governo foram às ruas defender pautas antidemocráticas, como o fechamento do Supremo Tribunal Federal, no feriado da Independência do Brasil. Inclusive, o próprio presidente Jair Bolsonaro afirmou durante os atos que não cumpriria mais nenhuma decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
A reação do mercado foi bastante negativa. Enquanto o dólar disparou quase 3%, a bolsa brasileira tombou 3,78%, o que representou uma perda de R$ 195,3 bilhões em valor de mercado para as empresas da bolsa.
O presidente do STF, ministro Luiz Fux, chegou a afirmar que “essa atitude, além de representar atentado à democracia, configura crime de responsabilidade, a ser analisado pelo Congresso Nacional”. E, talvez por medo do processo, talvez para tentar apagar a fogueira que ele mesmo incendiou, Bolsonaro voltou atrás.
Guedes diz que manifestações celebraram a democracia
Guedes ainda afirmou no evento que o barulho sobre as declarações está “muito alto”. Além disso, ressaltou que não houve registros de atos de violência e que ocorreu apenas uma “celebração pacífica da democracia”.
De acordo com o ministro, o presidente Bolsonaro não fez declarações antidemocráticas. “Está tentando muito ficar nas quatro linhas, como jogo de futebol, não saindo das regras do jogo. E a coisa bonita do Brasil é que, sempre que algum ator, seja um ministro do Supremo, presidente, quando trespassa, outras instituições aparecem e colocam dentro das quatro linhas”, disse.
Por fim, Guedes afirmou que, às vezes, as pessoas ultrapassam os limites. “Quando isso acontece, outras instituições demarcam território, dos dois lados”. Ele ainda defendeu o direito à manifestação, mas não à violência. “Uma coisa é manifestar sua opinião sobre como as instituições estão trabalhando, mas não instigar a violência”.
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