O ministro da Economia, Paulo Guedes, minimizou os altos patamares que a inflação do país vem alcançando nos últimos meses. Ele negou que a taxa inflacionária esteja fora de controle e disse que o mundo inteiro vem enfrentando desafios semelhantes com a elevação dos preços.
Além disso, Guedes falou que uma inflação entre 7% e 8% continua “dentro do jogo”. No entanto, a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) é de 3,75% em 2021, com limite superior de 5,25%. E, nos últimos 12 meses, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) do país chegou a expressivos 8,99% em julho.
“A inflação sobe um pouco, todo mundo [tem] ‘descontrole’. Não é descontrole, a inflação está subindo no mundo inteiro”, ressaltou Guedes em evento virtual promovido pela Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC). “A inflação americana vai ser 7% neste ano, a nossa ser 7%, 8%, estamos dentro do jogo”, acrescentou o ministro.
Vale destacar que a crise hídrica do país, a pior dos últimos 91 anos na região das hidrelétricas, vem impulsionando a inflação no Brasil. Aliás, a inflação no acumulado de 2021 está em 4,76%, ainda dentro do limite superior definido. Contudo, a expectativa é de mais avanços nos últimos meses do ano, que devem fazer a taxa superar os 7%.
Inflação segue bem acima da meta
Em resumo, o CMN define a meta para a inflação de três anos seguidos, alterando os valores caso haja necessidade. A partir disso, o Banco Central deve adotar medidas para alcançar a meta, pois uma inflação estável permite maior crescimento econômico, visto que há redução nas incertezas do país.
Nesse sentido, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) tem papel muito importante, pois calcula e divulga o IPCA, que é a previsão oficial da inflação do país.
Além disso, o CMN define um intervalo de 1,5 ponto percentual para cima e para baixo em relação à meta da inflação. Por isso, a meta para 2021 é de 3,75% e o intervalo varia de 2,25% a 5,25%. Isso quer dizer que as falas de Guedes sobre o controle da inflação não estão de acordo com as metas estabelecidas pelo CMN.
Por fim, o BC vem elevando a taxa básica de juros do Brasil, a Selic, desde o início do ano. A saber, uma Selic mais alta puxa consigo os juros praticados no país. Com isso, reduz o poder de compra do brasileiro, desaquecendo a economia e impedindo que os preços dos produtos e serviços continuem a subir, ou seja, segura a inflação. E a expectativa é de mais altas, tanto por parte da inflação quanto da Selic até o final do ano.
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