O ministro da Economia, Paulo Guedes, participou nesta segunda-feira (27) do encontro “O Brasil Quer Mais”, oranizado pela International Chamber of Commerce (ICC). A saber, ele aproveitou o evento para afirmar que o Mercosul continuará com o processo de modernização e afirmar que quem estiver incomodado “que se retire”.
Guedes direcionou à resistência da Argentina em aceitar medidas defendidas pelo Brasil, como a redução da alíquota de importação no bloco, a Tarifa Externa Comum (TEC). De acordo com ele, a redução de 10% já ocorre para bens de capital (máquinas e equipamentos) e de informática. No entanto, o ministro quer expandir a redução da TEC para todos os produtos comprados pelo Mercosul. Nesse caso, a Argentina é contrária à medida.
“Nossa posição é de avançar. Não vamos sair do Mercosul, mas não aceitaremos um Mercosul como ferramenta de ideologia. O Mercosul é uma plataforma de integração na economia global. Se não entregar esse serviço, vamos modernizar. Os incomodados que se retirem, pois um dia a Argentina falou isso para os outros. Vamos devolver isso para a Argentina”, disse Guedes.
Em resumo, o ministro explicou que a proposta do Brasil é reduzir a TEC em 10% neste ano e em mais 10% até o final de 2022. Ele disse que isso pode acontecer caso a reforma tributária passe no Congresso Nacional. Aliás, Guedes ressaltou que Paraguai e Uruguai apoiam as mudanças.
Guedes afirma que Argentina não pode impedir avanço do bloco
No evento, Guedes destacou que o Brasil exerce atualmente a presidência pro tempore do Mercosul e que seguirá defendendo sua posição. Segundo ele, a Argentina pode continuar defendendo sua visão e aderir a estas mudanças quando quiser. No entanto, o ministro ressaltou que o nosso vizinho sul-americano não pode impedir o avanço do bloco. “Estamos agora em disputa com Argentina dentro do Mercosul”, disse.
Guedes lembrou que o governo reduziu em 10% o Imposto de Importação de bens de capital (BK) e de informática e telecomunicações (BIT) neste ano. Contudo, ele afirma que essas medidas ainda são “pouco” perto do que o governo objetiva. “Gostaria de fazer 20%, 30%, mas aí vem o meu respeito à indústria brasileira”, disse.
Por fim, o ministro explicou que a ideia é fazer uma abertura gradual e segura, mas irreversível. Guedes salientou que esse processo precisa seguir, ainda mais porque a inflação no país está nas alturas. Assim, quanto maior a disponibilidade de oferta, melhor, segundo o ministro.
Leia Mais: Taxa de desemprego cai para 13,7% em junho, diz Ipea