O ministro da Economia, Paulo Guedes, teria assegurado, durante um almoço com empresários, que eventuais distorções da reforma tributária, projeto que foi encaminhado recentemente pelo governo ao Congresso Nacional, serão corrigidas.
De acordo com a agência de notícia “Reuters”, o encontro aconteceu na sexta-feira (09) e foi realizado na casa de João Camargo, administrador do grupo Esfera Brasil. De acordo com a reportagem, na conversa, Guedes reconheceu que a Receita Federal teria pesado a mão ao preparar a proposta.
Com isso, ainda conforme o ministro, teria ocorrido um erro de dosimetria nas mudanças, o que pode ser corrigido nas próximas semanas. Todavia, mesmo assim, Paulo Guedes afirmou sua defesa de se introduzir a tributação sobre dividendos pagos a investidores.
De acordo com ele, haverá sim a reformulação da tributação dos fundos imobiliários, que atualmente são isentos. O texto enviado ao Congresso prevê uma tributação de 15%. Segundo a “Reuters”, os empresários presentes no encontro se comprometeram em enviar sugestões concretas de mudanças nos próximos dias, sinalizando que o setor está unido em torno das demandas. Entre os nomes que participaram do encontro, segundo o ministério:
- André Esteves, do BTG;
- Benjamin Steinbruch, presidente da CSN;
- Jean Jereissati, presidente da Ambev;
- Luiz Carlos Trabuco, presidente do Conselho de Administração do Bradesco;
- E Luiza Helena Trajano, presidente do Conselho de Administração da Magazine Luiza.
Na última quarta-feira (07), um grupo com mais de 100 associações empresariais e entidades assinaram uma carta direcionada ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). No documento, os signatários criticaram, de acordo com ele, a pressa na tramitação da reforma tributária.
Na carta, eles afirmam que o projeto desestimula a atração do investimento produtivo, prejudica a geração de empregos e dificulta o crescimento econômico. Além disso, eles criticaram o fim do desconto simplificado na declaração do Imposto de Renda Pessoa Física. Para eles, os recursos que o governo deixará de perder deveriam vir de redução dos gastos públicos – o que, para as entidades, aumenta a urgência da reforma administrativa.
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