O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) colocou um sigilo de cinco anos sobre os vídeos dos ataques golpistas ao Palácio do Planalto em 08 de janeiro – na ocasião, apoiadores radicais do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes – Supremo Tribunal Federal (STF), Palácio do Planalto e Congresso Nacional.
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De acordo com informações publicadas nesta quarta-feira (19) pela jornalista Andreia Sadi, do canal “Globo News”, em um primeiro momento, o GSI divulgou alguns vídeos do circuito interno, como aquele em que é possível ver os criminosos destruindo obras de artes que ficavam no local. No entanto, depois que veículos de comunicação passaram a pedir a divulgação de todo o material via Lei de Acesso à Informação, o GSI declarou o sigilo de cinco anos.
Passados mais de três meses dos atos, o Gabinete de Segurança Institucional publicou as imagens que dizem respeito aos atos somente nesta quarta. Esses vídeos complementares mostraram o chefe do GSI, Gonçalves Dias, dentro do Planalto no dia dos atos.
Nas imagens publicadas pelo órgão, é possível ver Gonçalves Dias e funcionários do GSI circulando entre os invasores no Palácio do Planalto no dia dos atos terroristas – na gravação, dá para ver funcionários do GSI conversando com invasores e até os cumprimentando. Um outro integrante da entidade, ainda no dia 08 de janeiro, aparece entregando água mineral para os vândalos.
Ex-chefe do GSI pede demissão
Por conta do vídeo, Gonçalves Dias, que é general, pediu demissão do cargo de ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República. Esse pedido aconteceu depois que ele teve uma reunião, no Palácio do Planalto, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e chefes de outras pastas – ele foi o primeiro ministro a deixar o governo no terceiro mandato de Lula.
Por conta da repercussão do vídeo, Gonçalves Dias deu uma entrevista para a “TV Globo” na noite desta quarta. À emissora carioca, o agora ex-chefe do GSI afirmou que estava no Palácio do Planalto, no 08 de janeiro, com foco em retirar os criminosos do local. “Eu entrei no Palácio depois que o Palácio foi invadido e estava retirando as pessoas do 3º e 4º piso, para que houvesse a prisão no 2º”, disse o general, que ainda afirmou que sua imagem foi retirada do contexto.
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