Há 55 anos atrás, um grupo de mulheres trans moradoras do bairro de Tenderloin, na cidade de São Francisco na Califórnia (EUA), enfrentou policiais em uma luta durante a prisão de clientes da Cafeteria Compton. O lugar era bastante frequentado pelo grupo que tentava fugir de assédios, discriminação e violência física, todos acontecimentos comuns pelas ruas norte-americanas.
Até o momento não foi apresentada uma justificativa precisa sobre a prisão deste grupo. Isso porque, na época, as apreensões era bastante comuns para pessoas que se vestiam como o sexo oposto, situação caracterizada como crime na época. Portanto, o acontecimento passou a ser conhecido como um ato histórica em resistência e combate ao preconceito por transgêneros pela polícia. A luta ocorreu três anos antes dos famosos motins de Stonewall em 1969.
No decorrer dos anos o acontecimento quase se perdeu na história até que a estudiosa, Susan Stryker, especialista no tema LGBTQIA+ conseguiu identificar uma menção ao evento em arquivos históricos vinculados à Marcha do Orgulho Gay em Nova York em memória de Stonewall. Na ocasião, a polícia tentou prender uma das trans consideradas rainhas ou drag queens, além de jogar café em seus rostos. “As pessoas jogaram pratos, talheres e açucareiros na polícia e eles quebraram as janelas do refeitório”, continuou.
Anos depois o acontecimento passou a ficar conhecido por Compton ‘s Cafe Riot, embora a denominação não tenha conquistado tanta fama como Stonewall. De acordo com a estudiosa Susan Stryker, tratou-se de um precursor de um terremoto. É praticamente certo que desde os primórdios esta luta reuniu centenas de pessoas nos primeiros grandes movimentos de resistência trans.
Agora, 55 anos depois, uma parcela da população LGBTQIA+ alega que acontecimentos como o motim da Cafeteria Comptom foram esquecidos anos a fio. Por outro lado, novas estratégias de combates e inclusão têm sido debatidas. Já no final do mês de junho, o Distrito Cultural de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Queer (CQCD) de São Francisco passou a recomendar serviços de empresa especializadas para quem possui melhores condições de vida.
Neste sentido, uma nova bandeira em um formato mais incluso com a participação de negros, pardos e transgêneros foi divulgada pela comunidade. A proposta para tal criação foi aceita por sete votos a dois pelo Conselho Consultivo do CQCD. O famoso desenho com as cores do arco-íris criado pelo artista Gilbert Baker será adaptado. A Bandeira do Orgulho do Progresso contará com listas pretas, marrons, azuis claras, brancos e rosa, além das cores originais da bandeira.
Gilbert Baker criou o desenho original da bandeira do Orgulho em 1978, culminando na versão amplamente usada de seis listras vistas hoje, de acordo com a Fundação Baker. Cada cor tem um significado diferente; por exemplo, o vermelho representa a vida, enquanto o laranja representa a cura.