O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou nesta sexta-feira (22) a criação de um grupo de trabalho que terá como foco o combate à violência política nas eleições deste ano. De acordo com o órgão, a criação acontece por conta dos registros recentes de agressão a cidadãos por motivação política e atentados contra a liberdade de imprensa.
Em nota, o TSE citou como um dos motivos para a criação do grupo a morte de Marcelo Arruda, integrante do Partido dos Trabalhadores (PT), morto a tiros por um apoiador do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL). Além disso, o tribunal também chamou a atenção para denúncias feitas pela Câmara e Senado sobre os recentes ataques a autoridades, à liberdade de imprensa e às urnas eletrônicas.
Conforme explica o Tribunal Superior Eleitoral, esse grupo será coordenado pelo corregedor da Justiça Eleitoral e terá integrantes de Justiça Eleitoral, como representantes da Vice-Presidência do TSE, da Diretoria-Geral e da Secretaria de Polícia Judicial.
Dentre as tarefas que o grupo terá, destacam-se reuniões com partidos políticos, com o Ministério Público e com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Nesses encontros, os integrantes da cúpula irão discutir medidas e levantar informações que visem coibir a violência ao longo do processo eleitoral.
Morte do tesoureiro do PT
Assim como explicado, Marcelo Arruda foi um dos motivos que acenderam o sinal de alerta para a necessidade de criação do grupo. O petista foi morto em Voz do Iguaçu, no Paraná, no começo do mês, enquanto comemorava seu aniversário de 50 anos que tinha como tema o PT e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Na ocasião, segundo as testemunhas, o policial penal e militante bolsonarista, José Guaranho, teria chegado ao local e, antes de atirar na vítima, gritado “aqui é Bolsonaro”. Em sua denúncia, promotores do Ministério Público do Paraná afirmaram que a morte de Marcelo Arruda teve motivação política – o suspeito se encontra internado, em estado estável, desde o dia do crime.
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